sexta-feira, 1 de abril de 2011

Qual o problema da Microsoft?

A última novidade do mundo da tecnologia é que a Microsoft apresentou queixa às autoridades antitruste da União Européia contra a Google. A alegação é que essa última prejudica sistematicamente os concorrentes nos mecanismos de buscas na internet.

Por tudo que foi divulgado na imprensa, não há grandes argumentos para esse ataque. Nessa história de concorrência desleal, a Microsoft é campeã. A mesma Comissão Européia a quem apela agora, já havia multado a empresa em 500 milhões de Euros em 2004 e depois, em 2008, mais 900 milhões de euro.

Tudo indica que essa atitude da Microsoft demonstra falta de horizontes. No mercado de buscas, lançou o BING, que não deslancha. O Google tem 90% de mercado.

Na área dos smarphones os sistemas do iPhone da Apple, o Blackberry e o Android da Google sao cases de sucesso. Ascendente. No segmento que mais cresce do mercado, nem se ouve falar de Microsoft.

Resta-lhes seus tradicionais programas do Office (Word, Excell, PowerPoint, etc) que continuam lideres. Mas também aqui o crescimento global da Apple nos computadores pessoais já incomoda.

Na minha avaliação, antes de mais nada a Microsoft tem um  forte problema conceitual na empresa. As pessoas não admiram a marca. As vezes pelo contrário. Se queixam dos seus programas abertamente, em muitas oportunidades até sem razão. A empresa não parece simpática e o consumidor não encontra motivos pra gostar dela.

A Microsoft precisa é de um amplo e profundo trabalho de Branding.

sábado, 26 de março de 2011

Descobriram a fórmula da Coca-Cola. E daí ???????

Recentemente uma rádio do oeste dos Estados Unidos divulgou uma notícia que algumas décadas atrás, seria furo de reportagem. O departamento de jornalismo da rádio comunicou que descobriu a fórmula da Coca Cola e que transmitiria no ar como produzir de um dos produtos de consumo de maior sucesso do mundo.

Nos dias de hoje, a notícia quase que não tem relevância. Afinal ... o que faríamos com a fórmula da Coca Cola. Concorrentes já tem aos montes. Você vai dizer: mas igual o sabor da Coca, não existe!

Não é bem assim! Todas as pesquisas de teste cego na comparação dos sabores de Coca e Pepsi provam que o índice de respostas certas é igual ao de erradas. Traduzindo, quando não nos deixam ver o rótulo, ninguém sabe exatamente o que está bebendo.Isso é uma prova inconteste que o mundo dos negócios dos anos 2 mil é regido pelas MARCAS. As características físicas dos produtos são rapidamente copiadas. Mas as MARCAS não, criam barreiras intangíveis, emocionais e filosóficas. Os conceitos são claros:

> A marca tem o poder de influenciar a demanda do consumidor, parceiros, sociedade, canais de vendas, lealdade dos colaboradores, condições e termos de fornecimento, interesse dos investidores, transformando a performance do negócio e seu resultado financeiro.
> As características físicas dos produtos podem ser copiadas rapidamente. As intangíveis não podem ser. Elas criam barreiras emocionais e filosóficas contra a concorrência, bem como vantagem competitiva sustentável de longo prazo.
> A maioria dos ativos tangíveis tem vida útil finita. Marcas, quando bem gerenciadas, podem ter vida útil infinita.

Quer ver como é verdade? Tire 2 fotos imaginárias de você mesmo: na 1a imagine a cena de vc usando a fórmula da Coca pra fazer o refrigerante em casa. Na 2a. imagine-se abrindo uma saborosa lata gelada de Coca. Qual das duas te faz salivar?

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Uma marca ou um mito? Harley Davidson.

Mais uma marca mitológica do mundo do consumo internacional cede a realidade da nossa economia e se instala no Brasil. Estou falando da Harley Davidson.

A empresa tinha um acordo de representação com o Grupo Izzo, mas não queria deixar o fantástico mercado de motocicletas do país sem seu total controle.

Chega cheia de planos: nova fábrica em Manaus, fazendo sua capacidade de produção pular de 12 para 20 mil unidades por ano, novo armazém de distribuição próximo de São Paulo, seu principal ponto de venda e a abertura de uma nova rede de concessionárias que, até o fim desse ano, já deve contar com 10 revendas.

Quando se fala em Harley Davidson o que vem a cabeça das pessoas supera o mundo das motos. Trata-se de uma das marcas que melhor sabe empregar os conceitos de branding, criando um estilo de vida, que apaixona e comanda desejos por todo planeta.

Não é por acaso que a empresa planeja abrir também uma rede de butiques da marca, pois os acessórios que caracterizam o jeito de ser da tribo é um dos maiores objetos de desejo dos seus fieis e apaixonados consumidores.

Se você acha que estou exagerando ao definir a HD como um mito, me responda a pergunta: que razão teria dezenas de milhares de pessoas tatuarem em seu próprio corpo uma marca comercial? Só muita identificação, desejo e paixão. Só o branding pode criar essa relação.

Welcome, Harley Davidson.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Redes sociais, a melhor defesa do consumidor.

A sociedade tomou uma série de medidas no sentido de criar defesas para o consumidor moderno, elo fraco nas relações comerciais com empresas cada vez mais poderosas e com grande capacidade de articulação.

Diante da falta de atenção que as autoridades sempre tiveram às pequenas causas, foram surgindo novas opções como os institutos de defesa do consumidor, o CONAR, depois o Código de Defesa do Consumidor.

Mas nada disso parece tão eficiente para atender a esse objetivo quanto as redes sociais. Essas são muito mais eficientes, pois atingem as empresas naquilo que têm de mais valioso: sua reputação. E isso tem impacto direto em todo investimento de marketing que a empresa faz. E, no passo seguinte, ataca suas vendas. É uma bomba atômica de efeito retardado.

O problema é que as empresas parecem que ainda não entenderam a força do ataque e a fragilidade que tem sua imagem institucional.

A mais recente bomba foi a ocorrida entre um senhor, comprador de uma geladeira Brastemp de 3 mil reais e que ficou sem ela funcionar na sua casa por 90 dias. Tentou de todas as formas se entender pelos caminhos normais com a empresa. E só ouviu disparates, um deles de um serviço autorizado que disse que a solução custaria mais do que o preço da geladeira.

Indignado, o consumidor fez um vídeo amador e postou no You Tube. Ainda colocou um título criativo: “ Não é uma Brastemp “. Vá lá e assista

O filme já foi visto por mais de 400 mil pessoas. Para atingir esse número, o consumidor usou seu twitter e divulgou seu problema e sua reclamação.

Pronto. Fez-se a mágica. A Brastemp acertou tudo com ele e fez um comunicado muito civilizado dizendo da importância de cada consumidor e o quanto aprendeu com o triste episódio.

Se você tem um negócio, fique de olho. Não deixe nenhuma crítica ou reclamação do seu consumidor sem uma resposta adequada. Essa á regra do jogo para essa nova década.

Reafirmo: você ainda vai ler livros no seu tablet!

Em outubro de 2009 foi lançado o Kindle, o primeiro e-book que o consumidor poderia comprar. Uma maquininha maior que o celular e menor que o computador, em que as pessoas poderiam comprar livros já digitalizados e ler como se fosse um livro de papel.

As críticas foram muito grande contra o lançamento. A maioria delas falava que aquilo era um absurdo, que perderia o glamour da leitura, que o papel é sagrado, etc etc.

No meu blog Marketear por Luis Grottera escrevi elogiando muito o lançamento, lembrando que aquele era apenas o primeiro produto de uma série que viriam e desafiei meus leitores: aposto que um dia você vai ter um.

Recebi respostas por todas as vias, twitter, facebook, no próprio blog e até alguns amigos se sentiram indignados.

Apenas um ano depois, bingo: a Amazon acaba de divulgar que para cada 100 livros de papel que foram vendido, vendeu 115 livros no formato digital. Claro que essa estatística é parcial, afinal a Amazon não representa o mercado todo. Pelo contrário, é uma loja que atende a um determinado tipo de público.

Mas é um dado significativo. É um sinal.

Não tem como o livro digital não ter uma grande expressão em vendas. Não se trata da leitura de seu livro de cabeceira. Como diz um amigo, livro bom merece ficar na sua estante. E eu concordo com isso.

A questão é não esquecer que existem livros didáticos, livros profissionais, de consulta, de pesquisa. Nesse tipo de livro o e-book será incoparavelemente mais eficiente.

Por isso, reafirmo. Prepare-se. Na sua casa ainda vai ter um leitor de livros digitalizado.

2011. Começa uma década fascinante.

Texto publicado no Webinsider \ 29 de setembro de 2010, 15:00

As áreas de marketing e comunicação vão ganhar mais importância porque a sociedade com quem vamos nos comunicar para fazer negócios será mais exigente e sofisticada.

Logo após o estouro da crise financeira do sub-prime, Nancy Pelosi (democrata e presidente da Câmara dos Representantes norte-americano) mandou um verdadeiro torpedo para o mundo financeiro: “the party is over for Wall Street”.

O tal “mercado” globalizado tinha virado um gigante cassino. De lá para cá, temos assistido um vagaroso e dolorido processo de reconstrução.

A última tentativa de manter o status-quo foi o imoral pagamento dos bônus aos gênios da AIG. Diante do sofrimento com a ditadura estabelecida pelos crupiês financeiros globais, a sociedade reagiu prontamente e confirmou a ordem da Sra. Pelosi: a farra acabou, babies!

Para o Brasil o timing daquela crise foi um desastre. Nunca os cenários macro e micro-econômicos assim como o global e o local estiveram tão sintonizados com uma clara indicação que teríamos mais três ou quatro anos de crescimento vigorosos. Experiência que desde a década de 70, com a ditadura militar, não tivemos o prazer de experimentar.

Uma sociedade sem crescimento adoece, os planos de vida perdem luz, o empreendedorismo desaparece e a insegurança (pessoal e social) domina. O oposto do que se via por esse país afora nos últimos dois a três anos. O brasileiro comum estava feliz, voltando a ter planos na vida. Milhões adentravam a classe C.

Havia um consenso entre as autoridades econômicas e opinion makers globais que o Brasil ia sair da crise proporcionalmente maior do que entrou. E foi o que aconteceu. Temos uma fantástica expertise em crises. E pela primeira vez, enfrentamos uma crise vendo as coisas pelo lado de cima.

Há confiança (talvez até esperança) no mercado brasileiro, nossas empresas estão proporcionalmente bem posicionadas. Em todas as “crises dos planos e moedas” que passamos, nossa missão era sobreviver. Agora estamos na ofensiva. É uma oportunidade de recuperar a famosa década perdida em 90.

Pressão por resultados

Presidentes de empresas e profissionais de marketing estarão arquitetando nos próximos meses decisões que terão reflexos diretos na atuação de seus negócios na próxima década inteira. Orçamentos ainda muito mais apertados, exigências por resultados de curto prazo, pressão de toda empresa por decisões conservadoras, nada deve subjugar a relevância da manutenção das intenções de médio e longo prazo.

Mais do que nunca teremos que nos dedicar a aumentar a eficácia das atividades de marketing. Pós-crise as áreas de marketing e comunicação ganharão ainda mais importância. Por um único motivo: a sociedade com quem vamos nos comunicar para fazer negócios será ainda mais exigente e sofisticada. Técnicas simples e eficientes de novos apelos de consumo através da simples sedução terão baixo retorno.

Quase tão importante quanto isso para boas relações entre o consumidor e a marca, serão os movimentos em defesa do meio-ambiente e de exigência de responsabilidade social por parte das empresas. Esse será o preço a ser pago pelo mundo dos negócios por toda farra da crise financeira. O mundo real agradece.

Aqui cabe uma reflexão sobre o comportado comportamento das empresas. As estruturas e os pensamentos vigentes em marketing e comunicação terão capacidade para enfrentar o que a mudança do mercado exigirá? Tenho dúvidas. Especialmente para a grande maioria das marcas que ainda atua de forma antiquada.

O momento é altamente favorável para se pensar fora da caixa. É preciso rever a importância estratégica desses temas dentro da empresa, o formato, os fornecedores, os sistemas de trabalho.

A comunicação em muitos canais

A nova relação com a sociedade de consumo exigirá ainda mais pluralidade e diversificação na comunicação. Isso significa que aumentar a integração entre os vários canais de comunicação que sua marca já utiliza, será uma necessidade ainda maior. Isso será mais fácil para as empresas que tenham um entendimento mais profundo sobre a importância do branding na sua gestão empresarial.

O branding será a alma do negócio na próxima década. Pois como metodologia de gestão empresarial é mais abrangente, mais sofisticada, com impacto mais amplo e profundo no negócio da empresa e mais condizente com um mercado plural que imperará na sociedade pós-redes sociais.

O sofisticado mercado de comunicação brasileiro oferece uma ampla oferta de opções para se arquitetar soluções estratégicas de comunicação diferenciadas, criativas e eficazes. Mas também é verdade que esse mercado que perdeu a dianteira no que se refere a implementação de técnicas de branding modernas.

Repense sua estratégia de marketing atendendo as necessidades de curto-prazo, mas priorizando o quem vem pela frente. Redesenhe de uma forma profunda e abrangente a atuação da sua empresa para fazer sentido com os novos tempos.

Os anos que vêm pela frente trarão desafios profissionais de grande excitação. Será uma década inesquecível. [Webinsider]

domingo, 12 de dezembro de 2010

Business Futebol Clube: Brasileirão 2010

O Campeonato Brasileiro de Futebol 2011 poderia ter ficado pra história pela sua competitividade. O Fluminense, legítimo campeão, foi o vencedor de uma disputa não muito brilhante, mas de grande emoção especialmente pela alternância de líderes. A competição foi definida nos últimos momentos do segundo-tempo da rodada final.

Mas acredito que o que vai marcar esse Campeonato para história, foi a incompreensível, absurda e antiesportiva opção de clubes tradicionais fazerem corpo mole para não ajudar adversários históricos. Nunca senti tanta vergonha da camisa do Palestra, como quando ouvi a torcida vaiando o profissional goleiro Deola, por cumprir seu papel na partida contra o Fluminense.

Mas por trás dessa paixão, há um business. E como disse no post anterior, a Copa do Mundo é uma oportunidade única de uma revolução nas praticas gerenciais e administrativas dos clubes brasileiros. Isso é do interesse de todos nós, como torcedores mas também como homens de negócio e como profissionais no mercado. O futebol é uma indústria. Assim deve ser tratado, pois só o Campeonato Brasileiro movimentou R$ 600 milhões de faturamento. Em todo país deve envolver números que se aproximam de R$ 2 bilhões. E isso poderia multiplicar por 3 ou 4 vezes, se houvesse profissionalismo e seriedade na administração.


Uma análise do Brasileirão 2010

> Houve uma queda de 17% nos torcedores nos estádios (média de público de 15 mil por partida). No total, o Campeonato conseguiu garantir a presença de 5,4 milhões de pessoas nos estádios.

> Os times de maior arrecadação: 1o) Corinthians R$ 17,0 milhões; 2o) Fluminense R$ 8,2 milhões; 3o) Cerá R$ 7,4 milhões; 4o) Flamengo R$ 7,3 milhões e Botafogo R$ 6,6 milhões. Massacrante vantagem dos loucos da Fiel.

> Em dinheiro, a queda de arrecadação total foi de R$ 125,7 milhões em 2009 para R$ 109,4 milhões em 2010 (13% a menos).

> A CBF e o Clube dos Treze afirmam que essa queda se deve ao fechamento do Maracanã e do Mineirão, ambos em reforma para a Copa.

> Pode ser. Mas o fato é que o público representa apenas 40% da capacidade média dos estádios. Todos sabem que a bilheteria não é o principal no faturamento da indústria. Mas é ali é o palco do espetáculo. É naquele momento que se manifesta a paixão que dinamiza essa indústria.

> O pacote pelos direitos de transmissão pela Rede Globo gerou um faturamento de R$ 476,5 milhões. 4,5 vezes o dinheiro recebido na bilheteria. Até 2 décadas atrás o Brasil ainda discutia se as transmissões televisivas não iam matar o futebol. Bobagem elevada a potência máxima da mediocridade.

> A TV aberta representa 52% desse contrato, a Pay-TV 10%, Transmissão internacional 2% e os pacotes pay-per-view que já somam R$ 170 milhões (56% a mais que a bilheteria no estádio) e 36% do valor total do contrato.

> Esse número deve crescer bastante no próximo ano. Há uma verdadeira guerra ocorrendo nos bastidores pelos contratos do próximos ano. Ainda mais porque não serão mais empacotados, mas cada mídia será fechada individualmente. Na TV aberta, a Record enfrenta a Globo. Na Internet, o Terra é o concorrente. Tem capital pra enfrentar a Globo e sabe que o Brasileirão pode ser definitivo para viabilizar sua estratégia televisiva pela web.

Tudo isso é muito importante que seja analisado e trabalhado com competência. O futebol brasileiro precisa se profissionalizar rapidamente. Apenas para se ter uma idéia, considerando apenas a arrecadação com bilheteria, cada 1% de presença em estádio do Campeonato Brasileiro equivale a R$ 3 milhões. O Barcelona sozinho, com cada 1% de presença em seu estádio, fatura R$ 4,4 milhões.

Para nós, torcedores brasileiros, olhar o futebol com essa visão de grande profissionalismo, parece uma cena futurista, inalcançável e que é coisa de europeu. Prepare-se. Nos próximos 3 anos muita coisa vai mudar no futebol brasileiro.

COPA 2014: um shift para o futebol brasileiro?

O Brasil é conhecido mundialmente pelo seu futebol e pelos fantásticos craques. Único país pentacampeão e único também a participar em todas as Copas do Mundo.

A loucura pelo desporto rei é vivida pelo povo com muita paixão. Existem muitos adeptos de futebol, verdadeiros apaixonados, até mesmo para quem não é grande torcedor, o tema do futebol quase nunca passa ao lado.

Mas o amor ao futebol não se resume ao sucesso alcançado ao longo dos anos pela Seleção Canarinha. O futebol brasileiro encontra-se muito diversificado. Em cada Estado vemos a existência de várias equipes e boa parte delas exportadoras da matéria-prima mais importante da indústria: talentosos jogadores de futebol que, em número crescente, viram ídolos do futebol mundial. Se há qualquer dúvida sobre o tema, basta lembrar que em 8 dos últimos 18 anos, brasileiros foram escolhidos como o “Melhor Jogador do Ano da FIFA”. 100% dos casos com atletas que atuavam em times europeus.

O fator de internacionalização dos jogadores brasileiros, que deveria ser uma demonstração do sucesso do nosso futebol é, antes de tudo, prova de que algo está equivocado nessa indústria. Particularmente quando a economia Brasileira desponta como um destaque global, o fato dos clubes do país não conseguirem segurar nenhum de seus melhores talentos, é uma prova inconteste de baixa eficiência administrativa e/ ou gerencial dos players do setor. Exportar matéria-prima não é um mal negócio, mas como commodity. Brilhantes não são commodities, são obras de arte.

O que tem nos faltado é a capacidade de criar, manter, estimular e recompensar equipes que se tornem mundialmente reconhecidas, a exemplo do Manchester United, Real Madrid e Barcelona.

Porém tudo indica que chegou a hora de um verdadeiro ‘shift’ na administração do negócios dos clubes futebolísticos brasileiros, a exemplo do mundo dos negócios do país, se abrir, importar e adaptar as melhores práticas dos grandes cases do futebol internacional.

E a Copa de 2014 no Brasil será o estimulador final para que isso ocorra. É preciso que se entenda que esse evento tem uma capacidade transformadora sobre a indústria, que não pode e não deve ser menosprezada.

A questão não é mais se essa virada vai ou não acontecer, mas quais serão os primeiros que vão perceber essa oportunidade de ouro. Como sempre, os primeiros serão os maiores ganhadores em todo processo.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Revolução na Educação? Coréia do Sul é o exemplo.

Defendo que o Brasil precisa adotar uma revolução na educação. Esse é o único caminho para trazer um progresso de qualidade para o país e para toda cidadania. Quando alguém fala essas coisas, corre o risco de ser interpretado como um idealista, meio sonhador e como se fosse uma coisa impossível de acontecer.


Vou fazer aqui um resumo do artigo “O exemplo sul-coreano” de Andres Oppenheimer, ganhador do Prêmio Pilitzer, colunista do The Miami Herald e fazer algumas comparações com dados brasileiros e latinos.


Fato: acompanhe o crescimento da renda per capita da Coréia:


RENDA PER CAPITA ANUAL

Década de 60

2010

Coréia do Sul

US$ 900

US$ 28,000

Argentina

US$ 5,000

US$ 13,400

México

US$ 2,000

US$ 13,200

BRASIL

US$ 1,200

US$ 10,100


Para a Coréia multiplicar sua renda per capita por 31 em 50 anos, contra 8,4 vezes obtido pelo Brasil, foram necessário constância nas políticas econômicas, estratégia de desenvolvimento dirigida às exportações, investimentos no surgimento de multinacionais gigantes (tais como Hiunday, Daewoo e Samsung, por exemplo), mas acima de tudo, por trás desse sucesso está uma verdadeira obsessão em investir na educação.


Nesse período, vivemos uma ditadura militar míope e uma sequência de planos econômicos heterodoxos, mudança de moedas e tentativas de reduzir a inflação com decretos. Décadas jogadas na lata do lixo.


A Coréia do Sul fez investimentos pesados na educação, ciência, tecnologia e inovação. E não apenas com R$ do governo. Nessa área, o país implementou uma meritocracia educacional com padrões de excelência ultra rigorosos. Lá o ano letivo tem 220 dias, aqui 200. Lá os jovens estudam de 12 a 13 horas por dia. Mais que o dobro da média latina. Lá as famílias de classe média gastam cerca de 30% de sua renda co professores particulares para seus filhos. Aqui esperamos os maus governos que elegemos fazer alguma coisa por nossos filhos.

Para se tornar professor secundário na Coréia do Sul, os pretendentes tem que estar nos 5% superiores em suas classes de graduação colegial. Aqui ser professor secundário é considerado emprego de 2a. categoria, com remuneração insign

ificante. No México professores obtém seus empregos comprando seus postos, independente de suas credenciais profissionais.


O resultado de tudo isso pode ser resumido na seguinte estatística: enquanto a Coréia registrou 9.600 patentes de invenções em 2009, o Brasil registrou 150, o México 80 e a Argentina 40.

Precisa dizer mais alguma coisa?

domingo, 7 de novembro de 2010

Água de coco: consumo cresce 18% ao ano.

O consumo de bebidas não alcoólicas pelo brasileiro vem sofrendo grandes transformações nas últimas décadas.


Até a década de 70, o consumo de refrigerantes era um evento especial na maioria dos lares, em geral reservado para momentos nobres, tais como festas, aniversários, almoços dominicais quando se juntava a família ou quando se almoçava fora. Diga-se de passagem, almoçar fora também era coisa muito mais rara no passado.


Depois disso os refrigerantes se tornaram massivos. Conquistaram mais espaço nas gôndolas dos supermercados. As grandes marcas entraram na lista de compras das famílias e acabou se tornando mais uma obrigação de compra. Com a década perdida da nossa economia, voltaram à cena as tubaínas e centenas de marcas regionais, chamadas de marcas talibãs, que roubaram expressiva participação de mercado dos grandes nomes.

Na década de 90 começa também o surgimento de um movimento por uma vida mais saudável. Ninguém deu muita bola pra isso, mas devagarinho foi ganhando corpo e tornou-se um dos maiores fatores de mudança no consumo nos anos 2000.


No segmento das bebidas não alcoólicas foi decisivo. A primeira mudança foi o impressionante retorno do consumo da água engarrafada. Gente bacana tornou-se aquele que anda pra cima e pra baixo com uma garrafinha de água. Mais legal ainda se você se declarar bebedor de 2 litros de água por dia. O mercado de água engarrafada cresce a maravilhosos 7% ao ano. Hoje o Brasil já está entre os 5 países que mais consome no mundo.


Um dos exemplos dessa mudança foi o lançamento da H20H!, um genial lançamento da Pepsico, que baixou a gaseificação do refrigerante, colocou um sabor aceito como natural (limão) e conseguiu, por algum tempo, exibir seu produto na gôndola da água engarrafada. Estrondoso sucesso, H20H! chegou em poucos meses a liderança do mercado de refrigerantes diet/light com 30% de market-share (contra 24% da Coca Light). Na minha opinião trata-se de um produto ‘board line’ do ponto de vista ético, mas um golaço do ponto de vista de marketing.


Agora a novidade é que a Água de Coco está virando hit. São 350 milhões de litros a cada 12 meses. O crescimento em vendas desse produto está na fantástica casa de 18% ao ano. O que significa que a cada Copa do Mundo, dobra o consumo. Mais uma vez a Pepsico parece a frente da Coca, pois detém 70% do mercado de Água de Coco em caixinha e atua no mercado interno e externo (já exporta forte para os EUA e agora mira o mercado europeu).


O crescimento de consumo da Água de Coco é uma ótima notícia, sob ângulo da qualidade do que está se consumindo, seja como tendência ou por se tornar mais um item da pauta de exportação do Brasil.


Ouça o tema no "Marketear por Luis Grottera" no Bandeiranres Gente: http://migre.me/2fMX3


Obs.: as informações sobre o mercado de Água de Coco foram retiradas da matéria de Mauro Zafalon, FSP, 27/10.