segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Revolução na Educação? Coréia do Sul é o exemplo.

Defendo que o Brasil precisa adotar uma revolução na educação. Esse é o único caminho para trazer um progresso de qualidade para o país e para toda cidadania. Quando alguém fala essas coisas, corre o risco de ser interpretado como um idealista, meio sonhador e como se fosse uma coisa impossível de acontecer.


Vou fazer aqui um resumo do artigo “O exemplo sul-coreano” de Andres Oppenheimer, ganhador do Prêmio Pilitzer, colunista do The Miami Herald e fazer algumas comparações com dados brasileiros e latinos.


Fato: acompanhe o crescimento da renda per capita da Coréia:


RENDA PER CAPITA ANUAL

Década de 60

2010

Coréia do Sul

US$ 900

US$ 28,000

Argentina

US$ 5,000

US$ 13,400

México

US$ 2,000

US$ 13,200

BRASIL

US$ 1,200

US$ 10,100


Para a Coréia multiplicar sua renda per capita por 31 em 50 anos, contra 8,4 vezes obtido pelo Brasil, foram necessário constância nas políticas econômicas, estratégia de desenvolvimento dirigida às exportações, investimentos no surgimento de multinacionais gigantes (tais como Hiunday, Daewoo e Samsung, por exemplo), mas acima de tudo, por trás desse sucesso está uma verdadeira obsessão em investir na educação.


Nesse período, vivemos uma ditadura militar míope e uma sequência de planos econômicos heterodoxos, mudança de moedas e tentativas de reduzir a inflação com decretos. Décadas jogadas na lata do lixo.


A Coréia do Sul fez investimentos pesados na educação, ciência, tecnologia e inovação. E não apenas com R$ do governo. Nessa área, o país implementou uma meritocracia educacional com padrões de excelência ultra rigorosos. Lá o ano letivo tem 220 dias, aqui 200. Lá os jovens estudam de 12 a 13 horas por dia. Mais que o dobro da média latina. Lá as famílias de classe média gastam cerca de 30% de sua renda co professores particulares para seus filhos. Aqui esperamos os maus governos que elegemos fazer alguma coisa por nossos filhos.

Para se tornar professor secundário na Coréia do Sul, os pretendentes tem que estar nos 5% superiores em suas classes de graduação colegial. Aqui ser professor secundário é considerado emprego de 2a. categoria, com remuneração insign

ificante. No México professores obtém seus empregos comprando seus postos, independente de suas credenciais profissionais.


O resultado de tudo isso pode ser resumido na seguinte estatística: enquanto a Coréia registrou 9.600 patentes de invenções em 2009, o Brasil registrou 150, o México 80 e a Argentina 40.

Precisa dizer mais alguma coisa?

domingo, 7 de novembro de 2010

Água de coco: consumo cresce 18% ao ano.

O consumo de bebidas não alcoólicas pelo brasileiro vem sofrendo grandes transformações nas últimas décadas.


Até a década de 70, o consumo de refrigerantes era um evento especial na maioria dos lares, em geral reservado para momentos nobres, tais como festas, aniversários, almoços dominicais quando se juntava a família ou quando se almoçava fora. Diga-se de passagem, almoçar fora também era coisa muito mais rara no passado.


Depois disso os refrigerantes se tornaram massivos. Conquistaram mais espaço nas gôndolas dos supermercados. As grandes marcas entraram na lista de compras das famílias e acabou se tornando mais uma obrigação de compra. Com a década perdida da nossa economia, voltaram à cena as tubaínas e centenas de marcas regionais, chamadas de marcas talibãs, que roubaram expressiva participação de mercado dos grandes nomes.

Na década de 90 começa também o surgimento de um movimento por uma vida mais saudável. Ninguém deu muita bola pra isso, mas devagarinho foi ganhando corpo e tornou-se um dos maiores fatores de mudança no consumo nos anos 2000.


No segmento das bebidas não alcoólicas foi decisivo. A primeira mudança foi o impressionante retorno do consumo da água engarrafada. Gente bacana tornou-se aquele que anda pra cima e pra baixo com uma garrafinha de água. Mais legal ainda se você se declarar bebedor de 2 litros de água por dia. O mercado de água engarrafada cresce a maravilhosos 7% ao ano. Hoje o Brasil já está entre os 5 países que mais consome no mundo.


Um dos exemplos dessa mudança foi o lançamento da H20H!, um genial lançamento da Pepsico, que baixou a gaseificação do refrigerante, colocou um sabor aceito como natural (limão) e conseguiu, por algum tempo, exibir seu produto na gôndola da água engarrafada. Estrondoso sucesso, H20H! chegou em poucos meses a liderança do mercado de refrigerantes diet/light com 30% de market-share (contra 24% da Coca Light). Na minha opinião trata-se de um produto ‘board line’ do ponto de vista ético, mas um golaço do ponto de vista de marketing.


Agora a novidade é que a Água de Coco está virando hit. São 350 milhões de litros a cada 12 meses. O crescimento em vendas desse produto está na fantástica casa de 18% ao ano. O que significa que a cada Copa do Mundo, dobra o consumo. Mais uma vez a Pepsico parece a frente da Coca, pois detém 70% do mercado de Água de Coco em caixinha e atua no mercado interno e externo (já exporta forte para os EUA e agora mira o mercado europeu).


O crescimento de consumo da Água de Coco é uma ótima notícia, sob ângulo da qualidade do que está se consumindo, seja como tendência ou por se tornar mais um item da pauta de exportação do Brasil.


Ouça o tema no "Marketear por Luis Grottera" no Bandeiranres Gente: http://migre.me/2fMX3


Obs.: as informações sobre o mercado de Água de Coco foram retiradas da matéria de Mauro Zafalon, FSP, 27/10.