O consumo de bebidas não alcoólicas pelo brasileiro vem sofrendo grandes transformações nas últimas décadas.
Até a década de 70, o consumo de refrigerantes era um evento especial na maioria dos lares, em geral reservado para momentos nobres, tais como festas, aniversários, almoços dominicais quando se juntava a família ou quando se almoçava fora. Diga-se de passagem, almoçar fora também era coisa muito mais rara no passado.
Depois disso os refrigerantes se tornaram massivos. Conquistaram mais espaço nas gôndolas dos supermercados. As grandes marcas entraram na lista de compras das famílias e acabou se tornando mais uma obrigação de compra. Com a década perdida da nossa economia, voltaram à cena as tubaínas e centenas de marcas regionais, chamadas de marcas talibãs, que roubaram expressiva participação de mercado dos grandes nomes.
Na década de 90 começa também o surgimento de um movimento por uma vida mais saudável. Ninguém deu muita bola pra isso, mas devagarinho foi ganhando corpo e tornou-se um dos maiores fatores de mudança no consumo nos anos 2000.
No segmento das bebidas não alcoólicas foi decisivo. A primeira mudança foi o impressionante retorno do consumo da água engarrafada. Gente bacana tornou-se aquele que anda pra cima e pra baixo com uma garrafinha de água. Mais legal ainda se você se declarar bebedor de 2 litros de água por dia. O mercado de água engarrafada cresce a maravilhosos 7% ao ano. Hoje o Brasil já está entre os 5 países que mais consome no mundo.
Um dos exemplos dessa mudança foi o lançamento da H20H!, um genial lançamento da Pepsico, que baixou a gaseificação do refrigerante, colocou um sabor aceito como natural (limão) e conseguiu, por algum tempo, exibir seu produto na gôndola da água engarrafada. Estrondoso sucesso, H20H! chegou em poucos meses a liderança do mercado de refrigerantes diet/light com 30% de market-share (contra 24% da Coca Light). Na minha opinião trata-se de um produto ‘board line’ do ponto de vista ético, mas um golaço do ponto de vista de marketing.
Agora a novidade é que a Água de Coco está virando hit. São 350 milhões de litros a cada 12 meses. O crescimento em vendas desse produto está na fantástica casa de 18% ao ano. O que significa que a cada Copa do Mundo, dobra o consumo. Mais uma vez a Pepsico parece a frente da Coca, pois detém 70% do mercado de Água de Coco em caixinha e atua no mercado interno e externo (já exporta forte para os EUA e agora mira o mercado europeu).
O crescimento de consumo da Água de Coco é uma ótima notícia, sob ângulo da qualidade do que está se consumindo, seja como tendência ou por se tornar mais um item da pauta de exportação do Brasil.
Ouça o tema no "Marketear por Luis Grottera" no Bandeiranres Gente: http://migre.me/2fMX3
Obs.: as informações sobre o mercado de Água de Coco foram retiradas da matéria de Mauro Zafalon, FSP, 27/10.
Não é propaganda, mas informação.
ResponderExcluirUm copo de água de “Coco Verde” de 250 ml gera mais de “1 Kg de lixo”.
Como fica o Coco Verde com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) ??
300.000 caminhões de resíduo de coco por ano.
www.projetococoverde.com.br