quinta-feira, 13 de setembro de 2012

O Brasileiro e o Branding



Os ‘advogados’ brasileiros

Apesar de o branding ainda não ser tão desenvolvido no Brasil quanto a publicidade (não, eles não são a mesma coisa), os brasileiros já são os que mais consideram a reputação de uma marca como elemento decisivo na hora da compra.

Uma pesquisa realizada pela agência DraftFCB analisou a relação de consumidores de cinco países (Estados Unidos, Alemanha, China, Índia e Brasil) com as marcas e, segundo o estudo, os brasileiros são os mais propensos a se tornarem ‘advogados’ de um produto ou serviço nas redes sociais.

Viu-se que, além de estarem mais abertos a buscar e receber informações na internet, também estão mais predispostos a passá-las adiante - às vezes até com uma recomendação. Porém, na mesma proporção, na hora de reclamar, criticar, e protestar não há dúvida de que colocamos a boca no trombone - ou, no caso dos plugados, compartilhamos no Facebook, Twitter ou YouTube.

A pesquisa constatou, ainda, que o traço de defender e divulgar marcas queridas é mais comum nas nações em desenvolvimento. Para elas, o conhecimento e a informação são vistos como pontos positivos sobre seu intelecto. Falar sobre tal empresa ou tal lançamento, é cool: mostra que você está ligado nas novidades, e tem o poder, como de um expert, para recomendar esse ou aquele produto.


















consumidor que não foi bem atendido pela Brastemp e postou um vídeo no YouTube reclamando. Em pouco tempo, teve milhares de views e sua mensagem foi compartilhada por diversas redes sociais.

Alerta Geral

E o que todas essas informações querem dizer na prática? No mínimo, um alerta geral para as empresas. Aquelas que ainda vêm insistindo no binômio produto-preço em sua comunicação de varejo têm que migrar para um trinômio produto-preço-marca urgente. Traduzindo, branding, minha gente.

Segundo uma outra pesquisa, divulgada pela GS&MD, sobre a relação da classe C brasileira com as marcas, a  comparação já faz parte da rotina de 66% dos consumidores e, para 61% deles, a marca é o segundo principal atributo comparado - atrás somente do preço.

A imagem das marcas, mais do que nunca, é essencial para endossar a qualidade dos produtos que oferecem. Como o acesso ao consumo não é mais novidade para a classe emergente, vínculos emocionais entre marcas e clientes passam a ter uma força maior na hora do desembolso.















O futuro está aqui

Agora resta às marcas se darem conta da força que seus consumidores têm na propagação da sua mensagem, e usarem isso a seu favor. Entregar um bom serviço e dar a devida atenção são essenciais para criar laços duradouros com seus clientes.



Principalmente porque, apesar de toda tecnologia - dos tablets, dos smartphones, e todas esses outros gadgets -  a principal mídia a favor da sua marca continua sendo o bom e velho boca-a-boca.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

"Logo da Copa do Mundo fará mal ao branding do Brasil"


Entrevista cedida à coluna Poder Econômico, em 8 de setembro de 2012

"Logo da Copa do Mundo fará mal ao branding do Brasil" 
A Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 colocarão, como todos já sabem, os olhos do mundo sobre o Brasil. Será, portanto, uma grande oportunidade para o país – e suas empresas – mostrarem aos quatro cantos suas marcas e ganhar com isso.
Mas, segundo o publicitário Luis Grottera, CEO da Brandia Central do Brasil e ex-presidente da TBWA\BR, os dois eventos se contrapõem no trabalho de branding. Enquanto os Jogos Olímpicos caminham para o sucesso, a Copa do Mundo dá sinais de fracasso.
- A logomarca da Copa do Mundo é simplesmente horrorosa, diz nesta entrevista ao Poder Econômico.
Poder Econômico – Qual o gap entre branding no Brasil e nos EUA? Em quantos anos veremos uma empresa brasileira no estágio atual de uma Apple, por exemplo?
Luis Grottera – O centro de branding do mundo – onde ele está mais desenvolvido – é o eixo Londres e Nova Iorque. O Brasil, hoje, tem uma estrutura de comunicação fortemente dirigida para a mass media, que favorece prioritariamente as agências de publicidade. O branding em si ainda não se desenvolveu o quanto deveria, mas pouco a pouco já podemos perceber alguns avanços. Em quantos anos veremos uma empresa brasileira se equiparando aos padrões da Apple? Pode parecer absurdo, mas não acho que estejamos tão longe – claro, não no mesmo segmento de mercado, porque tecnologia ainda não é o forte do Brasil. Do ponto de vista exclusivamente do branding, temos como um ótimo exemplo a marca Havaianas. Trata-se de uma empresa que se desenvolveu fortemente a partir dos conceitos de branding e, hoje, tem um posicionamento, tanto no país como no exterior, bastante solidificado. É um case de sucesso espetacular.
Poder Econômico – Em geral, como se posicionam as marcas brasileiras com relação a branding?
Luis Grottera - As empresas brasileiras estão em fase primária de conhecimento do que seja, de fato,branding. Pouco a pouco, algumas empresas de elite – não obrigatoriamente as maiores, mas as que pensam mais no futuro em relação às que pensam de maneira mais atrasada – estão começando a conceber e entender o conceito de branding e diferenciá-lo da comunicação tradicional. Ainda é muito comum executivos do mercado brasileiro acharem que branding e publicidade são a mesma coisa ou, pior, que branding se limite a desenhar uma nova marca ou re-estilizar a atual quando, na verdade, o design da marca é apenas a ponta do iceberg. O que faz o branding ser uma metodologia do futuro e vitoriosa em todo o mundo é justamente o fato de que trabalha a alma da empresa, e não apenas seu visual. Hoje, as marcas precisam se fazer entender por tudo que elas transmitem, se comunicando, também, sem palavras.
Poder Econômico – Os grandes eventos como Copa e Olimpíadas podem ajudar as marcas brasileiras a ganhar projeção internacional? As empresas estão bem preparadas para isso?
Luis Grottera - Não tenho muita certeza do porquê isso aconteceria. O fato de o mundo inteiro estar olhando para o Brasil durante esses dois eventos significa que o Brasil vai estar em destaque, não necessariamente as empresas brasileiras. As marcas que estarão realmente em evidência são as marcas globalizadas, como Adidas, Mc Donald’s e Coca-Cola. Uma outra maneira de olhar esse assunto é pensando em termos de Place Branding – traduzindo, a criação da marca de um determinado lugar. Um evento desse porte, com transmissão global de televisão, é uma importante ferramenta de divulgação da cultura de um país – suas capacidades, pontos turísticos, e hospitalidade. Por muitos anos, essa imagem positiva, pujante e bonita, ficará na memória de centenas de milhões de pessoas mundo afora. Assim, só faz algum sentido sediar eventos desse porte se estiverem com os objetivos voltados para o Place Branding de seu país; ou seja, se tiverem como intuito desenvolver a marca do Brasil no exterior. Mas precisamos, antes, pensar a respeito: desenvolver uma marca do quê? O que queremos dizer sobre o nosso país? Antes de mais nada, temos que saber quais são os nossos ícones. A marca, no caso do Brasil, tem que ter a ver com um país que seja simpático, alegre, desenvolvido. Sim, um país emergente, mas desejando entrar no primeiro mundo.
Poder Econômico – E o branding para Copa e Olimpíadas está no caminho certo para esse objetivo?
Luis Grottera - Uma das maneiras mais eficazes de se passar essa mensagem é através da própria logomarca do evento. Nesse sentido, temos como um excelente exemplo a logomarca das Olimpíadas de 2016, que traduz o espírito brasileiro e está em linha com o que se vê de melhor no mundo. Na contramão, temos a logomarca da Copa do Mundo de 2014 – evento que mais terá audiência no exterior -, que é simplesmente horrorosa. Uma vergonha de feiura, de mau gosto, de antiestética e não conceitual, que certamente não fará bem algum ao branding do Brasil.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Sozinhos - A Nova Família Brasileira



Aumenta o número de pessoas que moram só e isso é uma importante faceta da Novíssima Economia. Hoje, são 7 milhões de brasileiros morando sozinhos – um aumento de 70% de 2000 para cá. Assim, a considerada ‘clássica’ família brasileira – casal com 3 filhos – deixou de ser maioria. Segundo dados do IBGE, outros tipos de formação já correspondem por mais de 50% das famílias.

A primeira razão para que isso ocorra é a independência financeira das mulheres, que hoje respondem por 45% da população no mercado de trabalho. Mulheres bem sucedidas e com valores modernos passaram a viver seu voo solo – e por livre e espontânea vontade.

Outro grupo que tem se desagarrado de casa cada vez mais cedo são os jovens.  Impulsionados pelo bom momento da economia do país, e pelos empréstimos bancários para universitários, segundo o Censo, já passam dos 850 mil os entre 15 e 29 anos que vivem sozinhos.
Há, ainda, o aumento da longevidade e a alta da taxa de divórcios para engrossar esses números.

Juntando todos esses dados, podemos notar uma considerável mudança tomando forma nos padrões de vida dos brasileiros. A opção por privacidade e a busca por independência – seja de um cônjuge ou da própria família – faz com que o mercado tenha que se adaptar rapidamente para atender às novas demandas.

Produtos que facilitam a vida dos que moram sozinhos ganham espaço nas prateleiras, e o mercado imobiliário enfrenta uma quase revolução: o número de apartamentos com 1 dormitório cresceu 476% em apenas 7 anos.

Para quem está pensando em abrir um novo negócio – ou já tem o seu - vale a pena ficar atento a essa nova onda que, pelo visto, só tende a aumentar.