domingo, 26 de setembro de 2010

Meu ponto de vista sobre as eleições e meus votos.

Não consigo lembrar de outra eleição em que tenha me mantido tão a distância.

É uma eleição pobre em todos os sentidos, mas com destaque para: a pobreza da falta de idéias (quantidade e qualidade) que foram ao debate e a pobreza do maníqueismo extremo em que as coisas estão sendo levadas. Não há espaço para conversar entre os extremos de amor ou ódio a Lula.

Resolvi escrever aquilo que venho dizendo aos pedaços no twitter. E pra começar a colocar meus pontos de vista sobre a conjuntura dessa eleição é preciso começar pelo maior vitorioso: o presidente Lula.

Na minha avaliação pessoal Lula foi um dos grandes presidentes do país. A seu favor a questão econômica (numa 1a fase, seguiu FHC, o que é um ACERTO dele. E depois no sub-prime, pela competência da sua própria equipe). Tem a seu favor a obstinação pela ampliação da distribuição de renda. E tem contra si, a corrupção e o retorno a um cenário político do vale tudo pelas alianças espúrias. Na politica externa, teve uma fase brilhante - colocando o Brasil numa posição de destaque e os dois últimos anos marcados por atitudes esdrúxulas.

Lula sai dessa eleição como o presidente com maior capacidade estratégica e de liderança que o Brasil já teve do ponto de vista eleitoral. Nessa eleição ele acertou TODAS as táticas adotadas. Escolheu alguém sem passado e com pouco presente (para não ter máculas), alguém que tem um fator de novidade (ser mulher) e com ferrenha capacidade de disciplina. Lula acertou ao prever e investir nos plesbicito (Lula X FHC), acertou de riscar Ciro do mapa, acertou ao torcer por Serra, acertou na montagem entre PT e PMDB, etc.

Dilma para mim é um envelope fechado, como bem sacou Serra num programa de TV. Não temos idéia do que vai sair aí de dentro. Ela é uma administradora muito mais competente que o atual presidente, portanto por aí teremos ganhos. Na crença de que mulheres tendem sempre à maior honestidade, tinha uma esperança adolescente de que, eleita, Dilma daria um BASTA em velhos esquemas que estão por ali. Mas o episódio da Erenice na Casa Civil me desanimou completamente. Minha segunda esperança nela, reside no “diga-me com quem andas”. Tenho grande respeito por dois importantes assessores dela: Deputado José Eduardo Cardozo e o ex- ministro Paloci. Se eles tiverem poder junto a presidente, estaremos bem servidos.

Sobre o Serra, tenho a dizer que ele tem história, competência e equipe para fazer um dos melhores mandatos de poder executivo que Brasília jamais viu na vida. Mas infelizmente entrou no ring sózinho e teve que lutar contra dois adversários: Lula e uma campanha muito competente de Dilma. É desigual o embate. Digo “sózinho” porque

nem partido o Serra tem mais. O PSDB é um esqueleto sem vida. A compra do segundo mandato por FHC foi o início do fim. A vaidade e a veleidade da busca do 2o mandato foi uma faca no coração do partido. FHC teria um lugar nobre na história se tivesse saído como o cara que acabou a inflação. Serra não tem culpa de nada, mas vai perder relevância na política brasileira.

Marina receberá meu voto. Representa uma candidatura que tem um mínimo de novidade para apresentar. Vou destacar aqui alguns twitters que postei, resumindo frases da entrevista da candidata na Folha de 26/09:

“Uma parte do PT aprendeu com mensalão. Vc não pode negligenciar os problemas, mesmo que isso renda desconforto político e perda de popularidade. As coisas que precisam ser feitas têm que ser feitas.”

“As pessoas me perguntam por que falo bem do Plano Real e do FHC, se nem o Serra defende. Dizem que tira voto. Não falo pra ganhar voto, falo porque é justo. Reconhecer ganhos do Real e da política social de Lula é ter um olhar honesto para a História.”

“O eleitor compreendeu que a Dilma e o Serra são muito parecidos, que as alianças que eles têm são mais do mesmo. Há uma repetição quase neurótica do velho discurso político, sem nada de novo.”

“... e se perder, quero perder ganhando. Perder ganhando é quando você sai do processo maior do que você entrou. É não vender seus princípios. É manter uma atitude digna, justa, inclusive em relação aos seus concorrentes”.

Tem meu voto, Marina. E não me surpreenderei se tiver uma votação mais alta do que está pintando.

Para Senado votarei em Aloysio Nunes (PSDB) com alegria. Um homem sério, íntegro e que sempre se manteve do lado certo da história. Meu segundo voto é para Ricardo Young do PV. Ricardo é uma dessas boas novidades na política. Foi meu cliente, enquanto era o empresário e principal executivo do YÁZIGI. Muito bom ver gente do bem e sem vícios entrar na política.

Deputado Federal tenho vários nomes que votaria com prazer: Arnaldo Madeira (PSDB 4580) em quem já votei 2 ou 3 vezes, sem jamais me arrepender. O Mandic 2555, que é outra candidatura com o mesmo perfil que a de Ricardo Young. O Roberto Freire 2323 que transferiu seu título de Pernambuco para São Paulo e disputa sua primeira eleição por aqui . Mas meu voto vai para Walter Feldman, a quem conheço, admiro e traz uma visão moderna da ação política.

Bruno Covas é meu voto certo para Deputado Estadual. Trabalhei com muito orgulho para seu avô, Mário Covas e sei que Bruno nasceu pra isso. Será uma figura de destaque no cenário político de São Paulo.

Falando em São Paulo, é para Governador que tenho meus maiores pesadelos. Prometi que nunca mais votaria em Geraldo Alckmin desde sua medíocre candidatura a presidência. A imagem de Geraldo usando uma roupa repleta de logotipos das estatais brasileiras, dando um tapa na cara em todo processo de privatização comandado por FHC e um dos principais pilares do cenário econômico positivo que o país tem hoje, foi a razão que me fez tomar essa decisão.

Em Mercadante não voto em nenhuma hipótese. Acho que ele e o Suplicy eram dois homens honestos, que depois do mensalão perderam o rumo. Não conseguem conviver com a corrupção, mas também não tiveram a coragem de sair do PT. Skaf é uma piada: ninguém pode sair da FIESP e se candidatar pelo Partido Socialista. Minha dúvida é se voto ou não no Fabio Feldman (PV), que tem um passado limpo e objetivos honestos.

Presidente:

43 Marina Silva PV

Senador:

451 Aloysio Nunes

430 Ricardo Young

Deputado Federal:

4570 Walter Feldman

Governador:

Nulo ou Fábio Feldman

Deputado Estadual:

45145 Bruno Covas


domingo, 19 de setembro de 2010

Educação: o câncer do Brasil.

A realidade da educação brasileira é tão dramática que é surpreendente que seja tão relegada a segundo plano nos debates da sociedade. Além da questão da ÉTICA, que outro tema há mais importante para se debater numa campanha presidencial? E a Educação segue apenas sendo apenas mais um item, dos vários que não estão sendo debatidos.

Estava lendo uma ótima matéria do Estadão sobre a Síntese dos Indicadores Sociais, do IBGE, onde fica claro que os avanços econômicos que a sociedade obteve com o fim da inflação e um aceleramento no processo de distribuição de renda, estão muito longe de chegar ao campo da Educação. Veja rápidos indícios:


> Praticamente todos as criancas de 6 a 14 anos frequentam a Escola, mas por apenas 5,8 anos. Quando são necessários 8 apenas para acabar o Ensino Médio.


> Nos últimos 10 anos o avanço na educação brasileira foi tímido. Essa média de 5,8 anos de escola era 5 anos 10 anos atrás.


> Mesmo com aumento 55% no acesso de adolescentes ao ensino médio, metade dos jovens de 15 a 17 anos não conseguiu chegar a esse nível de escolaridade.


> Entre aqueles que conseguiram completar ao Ensino Médio, mais de um terço para de estudar ali.


É um funil escandalosamente fechado. Nossos líderes deveriam estar apontando caminhos e soluções. A melhora do cenário econômico que tivemos nessa década é paliativa. O crescimento sustentado necessitará de uma população com outro padrão educacional.


Essa é a única porta para o futuro: REVOLUÇÃO NA EDUCAÇÃO, já!



sexta-feira, 10 de setembro de 2010

2010, o maior Natal da nossa história.

O mundo dos negócios terá ótimas lembranças do último ano dessa década. 2010 terá um índice de crescimento na faixa de 7%, inflação controlada e uma perspectiva de uma nova década com crescimento sustentado e relevante.

E a maior de todas as datas promocionais, o Natal, será uma despedida de arrebentar corações. Veja a coleção de fatores que estarão conjugados para o último trimestre, que resultará no maior consumo de toda história da economia brasileira:
  • Uma das mais altas taxas de emprego da história (IBGE). O crescimento do emprego formal é de 4,5% sobre o ano passado.
  • Aumento do salário médio real está estimado em 4,9% (IPEA)
  • O índice de confiança e otimismo do consumidor atingiu o ponto mais alto desde 2001(IBOPE)
  • Só 3% da indústria brasileira acreditam em piora nos resultados (FGV)
  • Aumento significativo de contratação de trabalhos temporários, especialmente de segmentos não ativos economicamente (aposentados e estudantes)
  • A oferta de crédito crescerá de R$ 14 bilhões no período Set-Dez/2009 para R$ 18 billhões no mesmo período de 2010. 28% a mais.
  • A massa de recursos gerado pelo 13o. salário desse ano é 9,15% superior do que 2009
Somando tudo isso, o IPEA calcula que o Natal desse ano terá R$ 106,8 bilhões injetados na economia. 12,2% a mais que 2009. É verdade que a referência do ano passado foi maculada pela crise econômica global. Mas mesmo assim, é crescimento padrão chinês.

Diante de dados tão fortes e objetivos como esses, me surpreendo todo dia com as análises da mídia e de amigos que estão de boca aberta com a provável vitória da candidata situacionista na eleição presidencial. Em qualquer país do mundo, mesmo naqueles onde o nível cultural e de informação é muito mais alto que o nosso, um governo que tivesse um presente de Natal desse pra oferecer a população, elegeria seu sucessor.