quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

O Branding da Copa do Mundo

O Brasil é um país campeão em perder boas oportunidades. A Copa do Mundo de 2014 parece que vai ser mais uma delas.

Qual o interesse de fazer um mega evento global no país? Ganhar o campeonato? Não. Ganhar dinheiro com os turistas que vem ao Brasil ver a Copa? Bobagem, já provei e postei no meu blog que a receita adicional de turismo durante a Copa é muito pequeno, representando um aumento inferior a 10% daquilo que o país arrecada anualmente sem a Copa. Melhorar a infraestrutura do país? Absurdo total, pois quem investe é o próprio país e com certeza nossa prioridade como nação não é exatamente aquela que a FIFA exige.

Então qual a vantagem? São duas: 1a) é uma espetacular ferramenta de Place Branding, gerando um imagem GLOBAL de um país moderno, progressista, em desenvolvimento, com harmonia social, com governos competentes, com empresas sadias e com expectativa de crescimento. Portanto, a imagem que vai ser transmitida para o exterior é fundamental. Isso é obtido com o conjunto de ícones que são criados em torno do evento, trabalho típico de Design. Nesse quesito a Copa foi um fracasso. A marca do Chico Xavier, o mascote Fuleco, o slogan “Juntos num só ritmo” e nome da bola “Brazuca” formam um conjunto de comunicação de dar pena. Ou raiva. É o samba do “crioulo doido”. A 2a vantagem tem a ver com aspectos motivacionais do público interno, a população e a cidadania do país tem num evento nesse tipo um estímulo e um incentivador, que acabam impactando a economia como um todo.

Entendo que a maioria da sociedade brasileira não está apaixonada com a Copa no Brasil. Uma parte mais exaltada (e equivocada) está se manifestando clara e violentamente. Uma grande maioria silenciosa que não quer a violência, mas que não consegue se envolver, afinal sabemos que a grana está correndo solta, que é mais fonte de corrupção e que preferia aplicar a dinheirama em outras prioridades.

Se isso for verdade, a Copa do Mundo será um fracasso para o Brasil. Me pergunto se todos as empresas que patrocinaram o evento, ainda continuam convictos que fizeram bons negócios. Me pergunto quantas empresas não estariam receosas ou sem tesão nesse momento de criarem e investirem em campanhas e promoções ligadas ao torneio.

Sinceramente, gostaria de estar errado e que o otimismo do Nizan certo. Mas não estou vendo grandes chances de isso ocorrer.