sexta-feira, 29 de junho de 2012

Baixada Santista: uma revolução!














Há muito venho acumulando informações sobre uma questão importante: o impressionante crescimento que a Baixada Santista vai ter nessa década. Na semana passada a FOLHA fez uma boa matéria sobre o assunto, o que fechou meu raciocínio sobre o assunto.

Vamos aos fatos: O investimento previsto na região será superior a R$ 22 bilhões , liderados pela expansão do porto de Santos, importante via de exportação do país e a chegada da base da Petrobrás para o pré-sal. Tudo isso tem o potencial de fazer uma revolução na região..

A Baixada tem 1,6 milhão de habitantes e vai crescer 25% em apenas 8 anos, chegando a 2 milhões de habitantes. 400 mil pessoas pode parecer pouco, mas significa, por exemplo, dobrar a população do município de Santos.

Importante lembrar que esse crescimento populacional vai se dar especialmente entre pessoas das Classes A, B e C. A Petrobrás está em plena construção de seu edifício sede, no centro velho da cidade de Santos, que terá 2.200 funcionários de alto nível de consumo. É o início da revitalização do centro velho da cidade. E o começo do boom do pré-sal.

Uma prova dessa vitalidade é o mercado de imóveis na Baixada. Os valores cresceram 30% apenas em 2011. A oferta dos imóveis que custam mais de R$ 500 mil foi a que obteve maior sucesso. Não se acha mais apartamentos pra comprar de frente para o mar.

Esses dados revelam o lado positivo do crescimento, certamente acompanhado de graves questões de infraestrutura, como saúde, saneamento, habitação popular e transporte.

Claro que essa nova situação trará alguns problemas de logística. Especialmente nas áreas de transporte, saneamento, educação e saúde. O Estado vai ter que se fazer presente, para que isso se torne progresso e não um crescimento desordenado. Outro enfoque que deve ser estudado é o impacto dessas mudanças na Baixada para o residente da Grande São Paulo que usam ou passam pela região para atingir seu turismo/lazer de final de semana. Os custos vão encarecer muito, impactando fortemente a classe média e o trânsito nas estradas que servem a região vai voltar a ser caótico permanentemente.

Certamente o segmento de FRANQUIAS vai ter um grande progresso na região. A franquia é a forma mais rápida e democrática de importar "Marcas" para uma região, que transmitam a sensação de que as pessoas continuam vivendo em grandes centros. Essa área vai proliferar bastante nessa nova Baixada e abrindo um mundo de novas oportunidades para empreendedores do local e forrasteiros que chegarão a região.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Branding da Euro 2012, Olimpíadas e Copa 2014.

LOGO PARA EVENTOS ESPORTIVOS MUNDIAIS
por FERNANDA GROTTERA,
Designer e Consultora de Branding da BRANDIA CENTRAL do BRASIL



A identidade visual de um evento esportivo mundial como as Olimpíadas ou Copa do Mundo tem como objetivo promover o torneio através de um símbolo facilmente reconhecido por todos. Este símbolo deve também trazer em seu conceito algo que lembre o país anfitrião e deve ser consistente para uso em variadas aplicações e materiais de todos os tamanhos, desde os pequenos ingressos aos enormes banners ou mesmo as transmissões digitais.

As 4 marcas mais atuais sobre este tema tem seus pontos positivos, pontos negativos, gostos pessoais, interpretações… Enfim, o que esta rolando por aí neste tema:

EURO 2012 / POLÔNIA E UCRÂNIA - Brandia Central
 O Logo é uma flor, representando uma bola como a flor prncipal e e, as outras na coloração da bandeira dos países anfitriões. Este logo foi criado após um trabalho de pesquisa dos designers da Brandia in loco na região da Polônia e Ucrânia, lá eles estudaram a fundo e, se inspiraram na tradicional arte de fazer flores artesanais de papel representando a flauna e flora da região, chamada ‘wycinanka’. Esta arte cria uma identidade cultural entre esses 2 países e foi a referência usada nesta identidade visual. Unido a este conceito foi criado uma paleta cromática com as cores mais populares utilizadas nessas regiões. O resultado é uma simbologia que representa 2 diferentes países unidos pela sua arte e tradição para sediar um dos eventos esportivos mais importantes da Europa.
Algumas interpretações sobre este logo foram: all cock and balls… is it a cauliflower Mario Bross, Mushroom and Luigi, after 3 tabs of acid. The type looks nice though... Too disneysh... Mas, no geral a identidade visual foi muito bem recebida e parabenizada por todos os envolvidos no evento e espectadores.

Saiba mais: http://euro2012logodesign.com/

| identidade visual EURO2012

 
| ‘wycinanka’ artesanato da região da Polônia e Ucrânica

  | ‘wycinanka’ flores artesanais representando flora e fauna da região


| representação gráfica dos países participantes


| ‘representação gráfica dos estádios participantes



| histórico de logos da EUROCOPA

___________________________________________________________

 
COPA 2014 / BRASIL - autor desconhecido
Este logo foi encomendado pela FIFA, que descumprindo acordo com a ADG ( associação de designers gráficos do Brasil) de que seria um job para fazerem em conjunto, fez um concurso onde celebridades julgaram e escolheram o melhor logo na opinião deles, sem critério técnico. O autor do logo permanece desconhecido até hoje.
O Resultado é que para a Copa do Mundo no Brasil em 2014, temos um logo esteticamente mal resolvido em termos de proporção, fontes, escala e sem absolutamente nenhuma referência a cultura do país. Se não representatividade cultural, não tem significado. O logo é vazio de conceito abrindo espaço para interpretações esdrúxulas como: é o país do rouba rouba onde todos metem a mão inclusive a FIFA, é uma pessoa envergonhada chorando com a mão no rosto, é a foto de um medium recebendo espírito
Na construção de uma identidade visual para um evento dessa proporção… “Não é só designer que deve aparecer. Aparece estilista de uniformes, aparece a publicidade. E o designer deveria coordenar essas coisas. Não é só fazer a marquinha. É um complexo muito maior. Uma coisa muito profissional que aqui no Brasil não tem essa cultura. Então ganham as agências de publicidade, que estão destruindo todas as marcas." Alexander Wollner

  | histórico de logos da COPA DO MUNDO

___________________________________________________________

|  logo OLIMPÍADAS LONDON 2012


“O logo se trata de algo extremamente novo e diferente do convencional, que deverá durar por mais 5 anos e que acima de tudo pretende se comunicar com o público jovem.“ sr. Sebastian Coe em 2007,
presidente do comitê organizador da Olimpíadas 2012
 
OLIMPÍADAS 2012 / Londres - Wolff Olins
Este logo, feito por uma das maiores agências de Branding do mundo – Wolff Olins, foi alvo de muitos comentários. O logo tem uma forma abstrata de escrever 2012 representando os cinco continentes, o ser humano e suas cnco extremidades, os cinco valores do parlamento Inglês. Essa forma gerou muita polêmica, inclusive foram colhidas quase 50mil assinaturas exigindo que o logo fosse refeito. As razões para acusações eram as interpretações: É um quebra-cabeça sem solução; É como Tetris, sob o efeito de drogas; É uma suástica nazista para crianças.
" Eu, como designer e espectadora das olimpíadas, sou fã deste logo e todas suas possibilidades de aplicação em diversas utilizações. Pois eu acho que eles inovaram, criaram, coloriram, enlouqueceram, utilizaram o logo de forma negativa, de forma positiva, grande pequeno, enorme enfim, arrasaram. Penso que os ingleses são muito visionários. Tive a oportunidade de estudar Design Gráfico por 6 meses na London College of Communication e lá senti a inovação dos ingleses no dia-a-dia, eles não deixam a estética prevalecer, vão a fundo no problema, permeiam as possibilidades de soluções e quando encontram, defendem o conceito até o final – verbal e taticamente, vide as imagens de utilização de logo abaixo." Fernanda Grottera, designer
 











 
| histórico dos logos olímpicos. Veja como LONDON 2012 inovou.
___________________________________________________________




OLIMPÍADAS 2016 / RIO DE JANEIRO - Tátil Design
139 agências de publicidade e design disputaram o concurso que escolheu a marca para as Olimpíadas 2016. A vencedora foi a Tátil Design.
“O Rio, em si, é uma escultura e as pessoas vivem dentro dela.”  Fred Gellicriador da logomarca e diretor de criação da agência Tátil Design.
Este logo dá a ideia de três pessoas, com as cores da bandeira nacional, se abraçando e formando o Pão de Açúcar. Bacana, bonito, orgânico, leve como o Rio... Cores alegres. Mas, esperadas… Assim como o logo, brando, nada muito inovador, lugar comum. E, por isso deu espaço a muitas critícas de plágio inspiração após detectarem semelhanças com o quadro ‘O abraço’  de Matisse e o Logo de uma Fundação Americana entre outros. O criador, porém, negou qualquer ponta de plágio no processo de criação daquela que será a cara dos Jogos Olímpicos no Brasil. Mas, "por se tratar de um símbolo universal (pessoas se abrançando), a possibilidade de gerar polêmica era grande." É exatamente este símbolo universal e não ter nenhuma identidade cultural explícita com o Brasil que deixa este logo com gosto de quero mais, quero ver mais, quero ver o logo desenvolvido, a identidade visual, possibilidades de cores, aplicações...  
Saiba Mais: http://youtu.be/UdmgHnqxyBo 

 
| logo olimpíadas 2016, seus sketches e desenvolvimento
 



| Símbolo Universal levou este logo a ser alvo de muitas acusações de plágio.
 
 | histórico dos logos olímpicos. Veja como LONDON 2012 inovou nas cores e estrutura do logo. E, o Brasil voltou atrás.

_______________________________________________________

 

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Coca Cola e a comunicação de Branding.

Estamos no meio do Festival de Criatividade de Cannes, na França, tradicional encontro de profissionais de marketing e criação de todas as áreas de comunicação do mundo inteiro. Um encontro de muitos compromissos sociais, muitos almoços e drinks, uma dose extraordinária de egos e algumas coisas importantes.

Destaco o pronunciamento do senhor Joe Tripodi, chefão do marketing da Coca Cola que falou sobre a estratégia da Marca para manter sua comunicação atualizada e gerando relevância para as pessoas.

veja o filme

Afirmou o executivo que todo esforço da Coca está baseado num tripé que começa por conseguir o que ele chamou de inovação colaborativa. Isso significa, estar menos preocupado com quantas pessoas serão atingidas pela comunicação e quantas vezes cada uma será alcançada, mas objetivar o engajamento dessas pessoas com a Marca.

A segunda característica tem a ver com gerar e dividir expressões musicais com seu público de interesse. A música, segundo a Coca Cola, gera felicidade para as pessoas, a principal característica do DNA dessa Marca.

A terceira é estimular uma rede de defensores da Marca, de forma a multiplicar a presença da Coca Cola para locais e momentos onde só os consumidores podem defender a Marca de ataques de concorrentes. Para isso as Redes Sociais são uma ferramenta essencial.

veja o filme

Atenção para um detalhe importante: o executivo de Marketing não coloca VENDER como uma prioridade da comunicação da Coca. E assim é na economia moderna. Isso é comunicação de Branding.

Mais do que nunca, vender é uma atividade de responsabilidade de todos os setores da empresa.


sexta-feira, 15 de junho de 2012

Um guerra do mundo dos negócios do século XXI

Regras são regras. Foram feitas para serem seguidas. Porém, no mundo dos negócios nem sempre seguir a regra é a melhor solução. As vezes, ganham aqueles que derrubam as lógicas.

No dia 8 de Maio, uma loja do badaladíssimo bairro do SOHO em Nova York, de um dos maiores estilistas do mundo, o Marc Jacobs, amanheceu pichada com a palavra ARTE, ocupando toda frente da loja. Como se dissesse menos moda e mais arte.


Ao invés da empresa sair pela rua gritando “morte aos grafiteiros”, Jacobs publica no seu twitter a foto da fachada pichada e diz “Arte por Arte Jacobs”. O estilista assumiu aquilo como se fosse dele.

Nesse momento o grafiteiro francês que usa o nome de Kidult publica no twitter: “Eu fiz alguma ARTE?” com a foto dele pichando.

Jacobs revida colocando foto no Instagram, com um design elaborado, só com o seu nome na parede e a pichação cortando a Marca. Como se dissesse: a arte é minha. Se não fosse meu nome, não haveria arte nenhuma nessa pichação.

O pichador percebe que está perdendo a guerra e publica “Jacob X Kidult”.
No fim do dia, Jacobs lança uma camiseta com a foto da fachada pichada impressa por um preço de mais de mil reais.
Kidult enlouquece com a idéia e responde irado: bandido burguês.

No dia seguinte o pichador publica que estará a venda a sua camiseta sobre o fato, por menos de 100 reais.

Uma guerra do mundo moderno. O estilista soube aproveitar a situação e ganhou com a sua fachada pichada. É o tradicional se ganhou um limão, faça uma limonada.



ps.: veja todas as fotos no blog do Diretor de Redação da VIP, Ricardo Lombardi, de ontem tirei essa história genial http://vip.abril.com.br/blogs/diretoria/2012/05/15/marc-jacobs-versus-kidult-uma-guerra-de-marketing/

quarta-feira, 13 de junho de 2012

YOKI: quem vai pagar pelo prejuízo de mais um massacre da mídia?

Hoje vamos contar uma história de sucesso de uma empresa e de sua Marca. E de como na economia moderna uma única crise pode colocar tudo a perder, especialmente se você leva uma trombada dos veículos de comunicação que coloca toda sua história no penico!

O Sr Yoshiro Kitano chegou ao Brasil vindo do Japão no ano de 1960. Nesse mesmo ano inicia a fabricação de cereais e farináceos com a marca Kitano, do seu sobrenome. Depois vieram as especiarias, os temperos e os chás. 30 anos depois, muda seu nome e passa a se utilizar da Marca YOKI.

A empresa continua sendo bem sucedida, apesar de conflitos na sucessão empresarial já nas segunda e terceira gerações. Como forma de solucionar a questão, a família proprietária decide vender. Seu faturamento era de R$ 1,1 bilhão.

Em fevereiro foi anunciada a compra da YOKI por R$ 2 bilhões pela General Mills, dona da Hagen Dazs. Uma boa parte (entre 25 e 75%) desse preço é para pagar o valor da Marca, afinal existem milhões de brasileiros que reconhecem no nome YOKI uma indicação de produtos de qualidade, saborosos, de confiança, entre outros. Foram décadas de trabalho e investimentos para se criar esse Brand Equity.

Na semana que o negócio ia ser assinado, ocorre um crime na cidade de São Paulo. Uma mulher mata e esquarteja o seu marido infiel. Tirando o fato de ter sido esquartejado, uma boçalidade dessa proporção já virou comum no Brasil.

Ocorre que o assassinado trabalhava, como qualquer cidadão normal. Era neto do Yoshiro fundador da YOKI e diretor da empresa. A Marca nada tem a ver com o crime. Não ocorreu na fábrica. A assassina não era funcionária. O motivo do crime não foi comercial.

Mas decidiram os jornalistas ligar as 2 coisas. E os veículos de comunicação passaram 7 dias detonando a marca YOKI usando em todos os tipos de mídia um nome que significa qualidade em alimentação. Não há nenhum fator relevante do ponto de vista jornalístico que justifique isso. Apenas a intenção de aumentar a dramaticidade da notícia.

A repercussão do tratamento da mídia explodiu nas redes sociais, com a reprodução de centenas piadas de péssimo gosto sobre o assassinato, sobre a YOKI e seus produtos.

A pergunta é: quem vai pagar essa conta? Que direito tem a mídia de fazer um massacre dessas proporções? Teria a família proprietária da Marca o direito de acionar as empresas de comunicação? Eu não tenho nenhuma informação sobre as negociações, mas pela lógica do mundo dos negócios é razoável que a venda não se concretize ou que pelo menos tenha uma significativa redução nos preços. Podemos estar falando de um prejuízo na casa dos R$ 500 milhões.

Não tenho dúvida que esse será um tema empresarial e jurídico da maior relevância nos próximos anos. Na minha opinião os veículos de comunicação estão errados e deveriam ser penalizados financeiramente por essa atitude. Melhor ainda: deveriam incluir essa questão nos seus Códigos de Ética para evitar novos absurdos do mesmo estilo.

domingo, 10 de junho de 2012

O consumo da 3a idade cresce no Brasil

O Brasil é país de gente jovem! Essa frase você já ouviu algumas dezenas de vezes. Porém é uma verdade que vai perdendo força.

A pirâmide da faixa etária brasileira está se adaptando às médias internacionais e, pouco a pouco, aquele enorme concentração que tínhamos nas pessoas com menos de 20 anos vai se diluindo e começa surgir uma faixa de consumidores com mais de 60 anos da maior importância e com a qual o mundo dos negócios brasileiros não tem grande habilidade e conhecimento.

Segundo o IBGE, essa faixa já movimenta R$ 400 bilhões de reais por ano. Esse valor é equivalente ao PIB da Irlanda e cresceu a barbaridade taxa de 45% em apenas 5 anos.
A Folha desse domingo traz uma excelente matéria destacando os principais erros que o varejo comete ao fazer negócio com esse público.

Alguns cuidados que você deve ter estão ligados às limitações próprias do idoso. Não tenha pressa para fazer a venda, tenha paciência para esclarecer dúvidas, não coloque produtos no 2o andar, não use letras miúdas que dá a impressão de que há enganação.

Mas também não se esqueça de ter atenção especial com as características psicológicas do segmento de público. Por exemplo, não coloque pessoas claramente da mesma idade para para atende-los, não defina seções ou produtos como de 3a idade. No fundo, o idoso não gosta de ser tratado como idoso.

Fique atento a esse mercado. Já são 14 milhões de pessoas no Brasil e representam mais de 7% da população do país. No futuro, muitas Marcas estarão segmentadas para esse nicho de mercado.