segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A rave das cadeiras

No século passado, os rankings de market share dos produtos levavam anos (as vezes décadas) para apresentar alteracões significativas. Mas a velocidade do mundo passou a ser da web. Soma-se a isso que, nessa nova geração de consumo, ninguém mais tem respeito pela 'tradicão' da liderança. A situação da GM é apenas a mais emblemática de tantas mudanças. Agora, ganha o melhor. O consumidor é o juiz soberano e inquestionável.

Uma pesquisa recente da Latin Panel (a pedido da Associação Paulista de Supermercados) revelou algo pra lá de interessante: marcas intermediárias (boa qualidade, menos conhecidas e preço abaixo da média) ganharam significativo espaço no mercado em volume de vendas.

Fonte: Pesquisa Latin Panel, encomendada pela Associação Paulista de Supermercados (APAS)

Pra ter uma idéia do tamanho da verdadeira rave das cadeiras, veja o ranking de 2008 de 12 setores. De um total de 60 marcas que ocupavam o Top 5 da categoria, 8 não estavam entre elas no ano anterior. Quase 15% de novos líderes em apenas 1 ano.

domingo, 25 de outubro de 2009

Comentando o comentário do Flávio Ferrari

Flávio (@flavio_ferrari) é um profissional de duas gerações mais novas que a minha. Desde os primeiros contatos que tive com ele, sabia que seria um talentoso líder do setor. E aconteceu.

Abaixo uma interessante contestação dele à postagem sobre o futuro da mídia, baseado numa palestra de Jeffrey Cole em São Paulo. Vale a pena acompanhar:

"Venho participando de vários congressos onde o tema é discutido sob as mais diversas óticas e intenções. Para explicar a opinião que formei à respeito, o espaço do blog é pequeno. Mas dá para comentar as conclusões do rapaz:
1) Não se trata apenas de um remanejamento de forças ... o conceito do que é uma mídia e as fronteiras entre elas irão mudar;
2) Os jornais impressos não vão sumir em 10 anos. Ao contrário, a circulação total deve aumentar no mundo (talvez diminua nos EUA). Mas serão diferentes dos jornais de hoje. A RBS tem um bom case à respeito.
3) Num conceito ampliado de gestão de conteúdo, concordo. Esse é o serviço que os editores oferecem.
4) Ainda tentamos sustentar o velhos modelos de negócios. Isso muda nos próximos 10 anos.
"

Claro que o espaço do blog é pequeno, mas vamos em ritmo de twitter.
Minhas posições: As fronteiras das mídias já estão mudando. A internet é a principal razão dessas mudanças. Como ferramenta organizacional e como plataforma de comunicação ela é definitiva. A web é a ponte que estamos ultrapassando no destino da revolução digital que a sociedade humana está vivendo.

Sinceramente acho que a questão dos jornais de papel não é uma questão relevante nesse debate. Trata-se de uma questão de distribuição. De qq maneira: papel, impresso, distribuido porta-a-porta ou em anacrônicas bancas, vai ter baixa relevância no futuro.

O que acho muito valioso é a colocação sobre "sustentar os velhos modelos de negócios". Esse talvez seja o grande ponto. A indústria da mídia ficou pasma diante da internet e não reagiu. Os que reagiram, o fizeram no sentido de enfrenta-la. Grande erro estratégico. Depois de 10 anos de web, só nos 2 últimos os grandes grupos passaram a pensar na nova estrutura do seu negócio pós-revolução digital. Mas as coisas começaram a caminhar positivamente.

Os 2 ou 3 players que Cole indica que o Brasil terá no mundo global da mídia devem ser definidos exatamente pela competência em se adaptar a esse novo cenário. Atenção nessa mesa de poquer, as cartas vão ser redistribuidas. O cacife que tem na mão é importante, mas a capacidade de jogar o novo jogo é que vai ser definitivo.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Mercado de carro usado. Tá bom ou tá ruim?

Ao estourar a crise, o governo concedeu a redução do IPI para impulsionar as vendas. A medida desovou o estoque dos zeros e as vendas de carros novos explodiram. Boa parte dessas vendas foram alcançados apenas pelo aspecto psicológico, visto que a redução do IPI não é tão significativa assim. Prova é que algumas montadoras mantiveram o desconto, mesmo sem a ajuda fiscal do governo. Esse quadro positivo é ampliado pelo crédito abundante, fácil e com muitos meses pra pagar.

Na contra-mão, esse movimento gera um realinhamento do preço dos usados. O preço está desvalorizado e o momento é ruim para quem quer vender. Mas muito bom pra quem quer comprar pagando a vista.

É bom a gente ir se acostumando com essa realidade. É assim que deve ser daqui pra frente. Isso é bom pra economia, bom pra gerar empregos e bom pra atualizarmos os carros que estão transitando pela cidade. E péssimo para o trânsito das grandes cidades.


quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Eu ... um otimista ?

O tom das pessoas que comentaram minha primeira postagem nesse blog é que sou otimista. Nunca me considerei um. E não acho que minha visão sobre o que está pra acontecer no Brasil possa merecer essa definição. Otimista é alguém que faz previsões melhores do que os fatos e a realidade estão demonstrando.

A minha posição é fruto de uma avaliação da realidade, a partir de um ponto de vista do mundo dos negócios. Todos os pilares que determinam o resultado da economia real mostram que o Brasil tem um cenário muito positivo pela frente. A única coisa que pesa negativamente é a absoluta inoperância do Governo Lula no que se refere as reformas de base que o país precisa passar. Mas isso não é suficiente pra fazer esse trem estancar sua velocidade.

A pesquisa trimestral de Intenção de Compra no Varejo, da FIA, revelou que 77% dos consumidores brasileiros pretendem comprar algum bem durável (ou semi) entre outubro e dezembro. É a maior intenção de compra da década!


Vejam só o que o Sthepen Kanitz tuitou 3 dias atrás: "Cuidado com o otimismo exagerado http://bit.ly/78oVO "

sábado, 17 de outubro de 2009

Futuro da indústria da Mídia

A cidade de São Paulo acabou de recepcionar um super evento das áreas de Telecom e TI. Agenda internacional, convidados de primeira e mais de 15 mil participantes. Coisa de gente grande para discutir o futuro das áreas que são vitais para o mundo dos negócios: comunicação e informática.

Uma das principais palestras foi de Jeffrey Cole, Diretor do Centro para o Futuro Digital da Universidade da Califórnia. Cole é “um verdadeiro visionário que fornece ao público a informação de como entender o impacto da mídia”, segundo o Al Gore. O cara é fera.

Principais conclusões:
1) Nenhuma mídia vai desaparecer. Mas haverá um novo remanejamento de forças entre elas. E nessa nova divisão os meios tradicionais perderão espaço relativo para os novos meios.
2) Os meios impressos sofrerão o maior impacto. Cole acredita que os jornais impressos americanos vão desaparecer em 5 anos. Que em outros mercados, especialmente os emergentes, existirão por uma década mais.
3) Que o core business dessas empresas tem que mudar: o negócio deixa de ser 'fazer jornal' para 'gerenciar conteúdo'.
4) que toda a dificuldade desse processo de transição é que os meios tradicionais faturam em dólares e os novos meios digitais em centavos.
5) que o Brasil terá 2 ou 3 players nessa área com atuação global.

Fiquei feliz de ver que a minha forma de pensar está em linha com o que pensa um estudioso desse nível. Também me passou segurança que aquilo que tenho trabalhado na minha consultoria, que tem uma forte expertise nessa indústria, caminham no mesmo sentido do futuro apresentado por Cole.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O mundo dos negócios invadiu a vida das pessoas.

O progresso havido na economia e nos hábitos e atitudes dos brasileiros pós fim da inflação é um movimento tão transformador que, arrisco dizer, ainda está por se entender os verdadeiros reflexos desse período na sociedade. A população brasileira tomou um verdadeiro banho de capitalismo.

O segredo da virada que esse país está dando vem de baixo pra cima. A reconquista da auto-estima e a confiança de que há uma chance real de estarmos construindo algo mais seguro pros nossos filhos, é a maior força desse país para superar a atual e qualquer outra crise financeira.

O povo brasileiro, além de reconhecidamente ser de uma enorme amabilidade, simpatia e disposição para o entendimento, está começando a ver sua imagem também ser reconhecida globalmente pela alta capacidade de trabalho. Sobre esse fantástico perfil, adicione sua vocação para a atitude empreendedora. Exportamos executivos para o mundo inteiro. Nossos cases de marketing são copiados globalmente.

Nos últimos 12 meses antes da crise, era fácil sentir nos quatro cantos do país o inebriante clima do crescimento, das coisas acontecendo, dos negócios saírem do mundo das fantasias. O Brasil vai bombar nos próximos 10 anos!!! Isso terá um impacto revolucionário na economia, no mundo dos negócios e na realidade da maioria da população.

É a roda da economia real. Quando ela gira, a maioria da sociedade se envolve, se emociona, se estimula e novos planos de vida vão estimulando novas giradas. E no cotidiano essa realidade não é traduzida pela macroeconomia, mas pelo mundo dos negócios. Mais palpável, mais ao alcance dos nossos braços, tem a ver com o emprego novo da namorada ou com o negócio novo que o amigo vai abrir.

O mundo dos negócios é espetacular.
Virou pauta pelo brilho, pela importância na vida das pessoas e pela necessidade que temos de estar muito bem informados sobre o tema. Informação e análise, ponto de vista, interpretacão. As pessoas querem mais. Especialmente os mais jovens (20/35 anos) com pouca atração pelo ideológico mas super business oriented.