quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Carnaval no Rio. O melhor. Mas falta muito.

Eu estava entre aqueles que achava que o Brizola pós os anos de exílio era um homem decadente e antiquado. Meu único ponto de admiração por suas idéias, era quando dizia que a educação era um caminho obrigatório e revolucionário para o Brasil. Mesmo assim, discordava de sua prática. Ele optou por fazer prédios e pra mim o problema maior e mais importante está no lado do recurso humano, o professor.

Lembro-me quando ele começou a falar em construir o Sambódromo no Rio, em 1983. Parecia um absurdo. Como assim, construir um mastodonte, no meio da cidade, que terá uso apenas 2 dias por ano? A mídia defendia essa tese. Eu comprei por completo.

Estava totalmente errado. Com a capacidade de receber 72 mil pessoas, o Sambódromo da Marquês de Sapucai não só foi um sucesso, como foi clonado país afora.

É claro que um evento que vai trazer 850 mil turistas e que vai movimentar 630 milhões de dólares só no estado do Rio, merece uma catedral, um símbolo, uma Marca.

Essa performance econômica trará ganhos para os setores de hospedagem, gastronomia, bebidas, turismo, transportes, eventos culturais e também, democraticamente, vai encher as carteiras dos flanelinhas, massagistas, traficantes, vendedores de bijuterias e por aí vai.

A indústria do turismo tem a muito a crescer e se aprimorar no Brasil. O carnaval é um ótimo exemplo que temos as condições pra isso. Mas Pra melhorar, será preciso muito mais planejamento, trabalho e criatividade das autoridades do governo e do setor.

O carnaval do Rio e da Bahia são dois bons exemplos de profissionalismo no setor. Mas ainda falta muito. Especialmente do ponto de vista de BRANDING. Falta conceito. São love brands por definição, mas por não trabalharem o conceito de Marca, deixam de perpetuar e transcender no sucesso.

Você que me leu até aqui, pode estar imaginando que eu viajo na maionese com essa história de branding. Eu te pergunto: sabe quantos milhões de dólares o Rio não deixou de vender de souvenir, apenas porque não tem uma Marca? Agora multiplique esse valor não faturado por pelo menos os últimos 20 anos.


ps.: Googlei "Marca Carnaval do Rio" em imagens. Nada aparece. Ou melhor: apareceu DEVASSA e BRAHMA pra caramba. Quem ganha com isso é a Globo. O Branding do Carnaval do Rio é quase que totalmente capitalizado a seu favor.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

São Paulo, mega cidade do mundo. Não pode ter o branding que tem.

O tema São Paulo tratado com dois enfoques.

Uma visão da cidade. E os impactos disso do mercado imobiliário da cidade. Ouça no soundcloud o Marketear por LG na Rádio Bandeirantes, boletim de 2 minutos no Bandeirantes Gente.

Aproveitando, segue um post sobre o novo Branding da cidade de São Paulo, de autoria da Consultora da BRANDIA CENTRAL no Brasil, Fernanda Grottera.

PLACEBRANDING DE SÃO PAULO NÃO PODE SER AMADOR!
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De cara, quando vi pela primeira vez, o logo me pareceu infantil demais, festeiro demais (cores e tipologia) e a marca, o conceito por detrás do logo não resolvido. Não vi um estudo de conceito. E recebi a idéia de criar algo além do cinza dos prédios muito legal mas, senti que pecou por nenhuma tradução da seriedade e profissionalismo que São Paulo tıem em seu DNA. Senti falta da consistência do concreto e da rica arquitetura da cidade.

Quando vi o evento de lançamento da marca, me senti na entrada de um buffet infantil, não na apresentação da marca de uma cidade com as dimensões de São Paulo. É a principal cidade do Brasil, é o firmamento - mesmo para fins de eventos e turismo, precisamos levar em consideração, a importância e seriedade que a economia de SP representa.

Analisando os detalhes técnicos do logo em si, encontro dificuldade de produção e aplicações, no PB esse logo não funciona (numa escala de cinza funciona), o 'P' não dá para enxergar direito, a falta de hierarquia entre texto e símbolo - dando a impressão de bagunça, o desenho do logo é bem anos 80 - o que pode ter seu charme. Mas, não representa futuro, contemporaneidade que acho fundamental.

As cores de São Paulo são preto - representando o negro, o branco - representando o europeu e o vermelho - representando os índios nativos. Ao todo me parece que faltou um trabalho mais explícito em conceito, ajustes finos e execução e a apresentação em geral da nova marca do foi bacana, impressionante, colorida, uma festa como nós brasileiros gostamos e sabemos fazer!

Logo pensei na marca de Melboure - Australia. Essa marca foi pensada e desenhada pela Landor. E, UAU!!

Morei em Melbourne por um tempo e, sempre achei a cidade bem compáravel à São Paulo. O australiano com o brasileiro. O clima! A praia deliciosa e afastada! A cidade e seus suburbios!

Comparando estes dois logos, sinto que se sobressai o quanto aqui no Brasil nós, designers + clientes ainda temos um grande caminho pela frente na arte de bem pesquisar, bem conceituar, bem simplificar, bem resolver, bem finalizar, bem profissionalizar processo, enfim, demonstrar eficiencia e modernidade unido a essa festa que sabemos e gostamos bem de fazer.


terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Cartões de Presente: opção para Marcas

Pouco a pouco vai chegando ao Brasil a moda dos cartões de presente (Gifts Cards), que são cartões de débito com valor determinado pelo comprador, dando ao presenteado a oportunidade de comprar aquilo que lhe interessa nos estabelecimentos conveniado.

Esses cartões, também chamados de pré-pagos, podem fazer parte das bandeiras tradicionais, como Visa ou Mastercard, ou estarem associados a supermercados, lojas, conveniência ou farmácias.

Esse negócio global gira 600 bilhões de dólares/ano e são utilizados como importante ferramenta de marketing, por marcas como GAP, Nike, Disney e Apple.

No Brasil fatura-se só US$ 2 bilhões e a experiência ainda é limitada, pois na nossa cultura há preconceito de mostrar ao presenteado o valor do presente. Mas isso será superado pela praticidade e conveniência do cartão presente.

Já temos o grupo Pão de Açúcar oferecendo, Carrefour e Fnac começam até julho. Mas há estudos do Boticário, Kopenhagen, Starbucks e Microsoft.

O sucesso parece garantido. Segundo estudo da Boston Consulting Group os esses cartões pré pagos vão multiplicar por 9 o faturamento até o ano de 2017, chegando a 18 bilhões de dólares.

Como quase tudo que passa pelo comércio no mundo moderno, o branding de quem assina o gift card é decisivo para o sucesso. É relevante para quem compra e para quem recebe. E prova que a Marca é absoluta para se estabelecer novas formas de negócio.

É um novo serviço ao consumidor com um grande diferencial e uma ótima opção para o varejo, pois esses cartões podem ser os produtos mais rentáveis por centímetro quadrado ocupado na loja.