terça-feira, 20 de julho de 2010

Times: conteúdo pago fez audiência cair 66%.

É sempre bom lembrar, que um copo vazio está cheio de ar. Nunca esqueço esse poema que virou uma música maravilhosa do gênio Gilberto Gil.

A queda de audiência do Times é o meio copo cheio ou o meio copo vazio. Veja a matéria enviada por um colega de twitter: @JP_Jorge Times cobra acesso e audiência despenca 66% http://migre.me/Y8ij

Minha crença é que Times está com meio copo cheio.
De qualquer maneira, vale a pena ouvir a música.

sábado, 10 de julho de 2010

Pagar pelo conteúdo da mídia na internet. Revolução necessária.

O dia 1º de julho de 2010 já entrou para a história da internet. E o responsável por isto tem nome forte na história da mídia: Rupert Murdoch.

Ele foi o responsável pela mais ousada iniciativa de conteúdo pago na web tentada até agora. Por sua ordem expressa, o Times fechará o acesso ao site. Quem quiser ver o www.thetimes.co.uk que pague, a partir de agora, 1 libra por dia ou 2 por semana. O valor de uma xícara de café, como bem disse o John Witherow, editor do The Sunday Times, que também pretende adotar tal medida.


O ato promete muita polêmica. Mas é inevitável. Alguém precisa pagar o custo da descoberta, do talento, da interpretação, enfim ... o direito autoral. O conteúdo de inteligência e autoria que a internet veicula gratuitamente está sendo custeado pelas empresas que produzem de fato esse material, através da contabilidade do jornais, revistas ou TVs. Mas a despesa existe.

A mídia tradicional está ficando com o ônus (de pagar para criar e produzir o conteúdo) e perdendo o bônus (está vendo migrar parte da sua audiência e dos seus anunciantes para internet).

Nesse sentido é emblemático a recente vitória que a Justiça deu a Rede Globo, não permitindo que o UOL passe os vídeos da Copa do Mundo, direito comprado pela emissora de TV. Pode menos ainda usar esse material para vender publicidade. Meus colegas de twitter vão falar super mal da Globo. Mas estão errado e pensando pequeno. A Globo pagou pra ter esse direito. Caro. Se alguém quiser retransmitir, vai ter que negociar com ela. Se ninguém pagar, fica a organização com a vantagem de usar isso com exclusividade no G1. Assim é o mundo dos negócios.

Voltando ao caso do Times, que é uma questão mais avançada, Murdoch já havia erguido um muro em torno do site desde maio, quando passou a obrigar os visitantes a se cadastrarem, ainda que gratuitamente, para acessar o conteúdo completo. Só essa mudança teria provocado queda de pelo menos 50% no tráfego.

É importante entendermos que, neste caso, Murdoch não está usando o fechamento do conteúdo online para estimular as vendas do impresso. Ele está realmente investindo num novo produto e num novo modelo de negócio.

Por enquanto, tudo está em teste, para o Times ou para qualquer outro veículo que se embrenhe por este caminho. Mas novas formas de se obter receita devem ser testadas, até que se ache uma solução - que certamente não virá por inércia. Remunerar aquele que investiga a notícia ou a quem a cria é fundamental. Afinal, se ninguém pagar por isso, vamos empobrecer sobremaneira a qualidade e a criatividade do material de tudo aquilo que chamamos de 'mass media'. Seja tradicional, seja online.