Não consigo lembrar de outra eleição em que tenha me mantido tão a distância.
É uma eleição pobre em todos os sentidos, mas com destaque para: a pobreza da falta de idéias (quantidade e qualidade) que foram ao debate e a pobreza do maníqueismo extremo em que as coisas estão sendo levadas. Não há espaço para conversar entre os extremos de amor ou ódio a Lula.
Resolvi escrever aquilo que venho dizendo aos pedaços no twitter. E pra começar a colocar meus pontos de vista sobre a conjuntura dessa eleição é preciso começar pelo maior vitorioso: o presidente Lula.
Na minha avaliação pessoal Lula foi um dos grandes presidentes do país. A seu favor a questão econômica (numa 1a fase, seguiu FHC, o que é um ACERTO dele. E depois no sub-prime, pela competência da sua própria equipe). Tem a seu favor a obstinação pela ampliação da distribuição de renda. E tem contra si, a corrupção e o retorno a um cenário político do vale tudo pelas alianças espúrias. Na politica externa, teve uma fase brilhante - colocando o Brasil numa posição de destaque e os dois últimos anos marcados por atitudes esdrúxulas.
Lula sai dessa eleição como o presidente com maior capacidade estratégica e de liderança que o Brasil já teve do ponto de vista eleitoral. Nessa eleição ele acertou TODAS as táticas adotadas. Escolheu alguém sem passado e com pouco presente (para não ter máculas), alguém que tem um fator de novidade (ser mulher) e com ferrenha capacidade de disciplina. Lula acertou ao prever e investir nos plesbicito (Lula X FHC), acertou de riscar Ciro do mapa, acertou ao torcer por Serra, acertou na montagem entre PT e PMDB, etc.
Dilma para mim é um envelope fechado, como bem sacou Serra num programa de TV. Não temos idéia do que vai sair aí de dentro. Ela é uma administradora muito mais competente que o atual presidente, portanto por aí teremos ganhos. Na crença de que mulheres tendem sempre à maior honestidade, tinha uma esperança adolescente de que, eleita, Dilma daria um BASTA em velhos esquemas que estão por ali. Mas o episódio da Erenice na Casa Civil me desanimou completamente. Minha segunda esperança nela, reside no “diga-me com quem andas”. Tenho grande respeito por dois importantes assessores dela: Deputado José Eduardo Cardozo e o ex- ministro Paloci. Se eles tiverem poder junto a presidente, estaremos bem servidos.
Sobre o Serra, tenho a dizer que ele tem história, competência e equipe para fazer um dos melhores mandatos de poder executivo que Brasília jamais viu na vida. Mas infelizmente entrou no ring sózinho e teve que lutar contra dois adversários: Lula e uma campanha muito competente de Dilma. É desigual o embate. Digo “sózinho” porque
nem partido o Serra tem mais. O PSDB é um esqueleto sem vida. A compra do segundo mandato por FHC foi o início do fim. A vaidade e a veleidade da busca do 2o mandato foi uma faca no coração do partido. FHC teria um lugar nobre na história se tivesse saído como o cara que acabou a inflação. Serra não tem culpa de nada, mas vai perder relevância na política brasileira.
Marina receberá meu voto. Representa uma candidatura que tem um mínimo de novidade para apresentar. Vou destacar aqui alguns twitters que postei, resumindo frases da entrevista da candidata na Folha de 26/09:
“Uma parte do PT aprendeu com mensalão. Vc não pode negligenciar os problemas, mesmo que isso renda desconforto político e perda de popularidade. As coisas que precisam ser feitas têm que ser feitas.”
“As pessoas me perguntam por que falo bem do Plano Real e do FHC, se nem o Serra defende. Dizem que tira voto. Não falo pra ganhar voto, falo porque é justo. Reconhecer ganhos do Real e da política social de Lula é ter um olhar honesto para a História.”
“O eleitor compreendeu que a Dilma e o Serra são muito parecidos, que as alianças que eles têm são mais do mesmo. Há uma repetição quase neurótica do velho discurso político, sem nada de novo.”
“... e se perder, quero perder ganhando. Perder ganhando é quando você sai do processo maior do que você entrou. É não vender seus princípios. É manter uma atitude digna, justa, inclusive em relação aos seus concorrentes”.
Tem meu voto, Marina. E não me surpreenderei se tiver uma votação mais alta do que está pintando.
Para Senado votarei em Aloysio Nunes (PSDB) com alegria. Um homem sério, íntegro e que sempre se manteve do lado certo da história. Meu segundo voto é para Ricardo Young do PV. Ricardo é uma dessas boas novidades na política. Foi meu cliente, enquanto era o empresário e principal executivo do YÁZIGI. Muito bom ver gente do bem e sem vícios entrar na política.
Deputado Federal tenho vários nomes que votaria com prazer: Arnaldo Madeira (PSDB 4580) em quem já votei 2 ou 3 vezes, sem jamais me arrepender. O Mandic 2555, que é outra candidatura com o mesmo perfil que a de Ricardo Young. O Roberto Freire 2323 que transferiu seu título de Pernambuco para São Paulo e disputa sua primeira eleição por aqui . Mas meu voto vai para Walter Feldman, a quem conheço, admiro e traz uma visão moderna da ação política.
Bruno Covas é meu voto certo para Deputado Estadual. Trabalhei com muito orgulho para seu avô, Mário Covas e sei que Bruno nasceu pra isso. Será uma figura de destaque no cenário político de São Paulo.
Falando em São Paulo, é para Governador que tenho meus maiores pesadelos. Prometi que nunca mais votaria em Geraldo Alckmin desde sua medíocre candidatura a presidência. A imagem de Geraldo usando uma roupa repleta de logotipos das estatais brasileiras, dando um tapa na cara em todo processo de privatização comandado por FHC e um dos principais pilares do cenário econômico positivo que o país tem hoje, foi a razão que me fez tomar essa decisão.
Em Mercadante não voto em nenhuma hipótese. Acho que ele e o Suplicy eram dois homens honestos, que depois do mensalão perderam o rumo. Não conseguem conviver com a corrupção, mas também não tiveram a coragem de sair do PT. Skaf é uma piada: ninguém pode sair da FIESP e se candidatar pelo Partido Socialista. Minha dúvida é se voto ou não no Fabio Feldman (PV), que tem um passado limpo e objetivos honestos.
Presidente:
43 Marina Silva PV
Senador:
451 Aloysio Nunes
430 Ricardo Young
4570 Walter Feldman
Governador:
Nulo ou Fábio Feldman
Deputado Estadual:
45145 Bruno Covas
caro Luis,ao ler seus comentarios fiquei surpresa com nossa concordancia de ideias, tive a impressao de estar lendo algo que repito verbalmente nas rodas de amigos. concordo quase que plenamente com suas ideias, tirando claro a do geraldo que nao pode ser julgado pelo ato e fato (sim ridiculo) da campanha para presidente, mas devemos lembrar que por traz dessas atitudes um tanto quanto bizarras, estao os marqueteiros, que nao passam de meros personagens, querendo a todo custo fazer seu trabalho obrigando assim o candidato a dançar conforme a musica ou seja na ocasiao quem sabe era o que o povo tava querendo ver na figura de um presidente?... Bruno Covas, com certeza é promessa de um grande nome na nossa politica, preparado e com imensa vontade politica, creio que ainda teremos que comparecer nas urnas para que Bruno efetive o que seu avo Mario Covas nao conseguiu, Candidato a Presidente. vou contar com isso num futuro. ricardo (PV) sera tb meu 2o voto p senador, o 1o fica com aloysio Nunes, entao discordamos no caso do Geraldo.... que pra mim é opçao certa. abraços
ResponderExcluirque ótimo Lú, bem que podia sobrar um tempo na sua agenda
ResponderExcluirpara você escrever sobre política mais frequentemente.
tá fácil né?! rsrs...
vou votar no Fábio Feldman. tenho gostado do jeito dele!
bjss e que no dia 03 o Brasil esteja iluminado!!
Impressionante. Analisei praticamente os mesmos fatores que você para meu voto nos candidatos ao governo de SP. E justamente pelo passado limpo e objetivos "objetivamente sinceros" do Feldman, meu voto vai pra ele. :) Muito legal o seu blog. Não conhecia. Serei frequentador assíduo.
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