Pelo menos desde a década de 80, em todos seminários e eventos em que tive a oportunidade de palestrar, havia uma pergunta padrão: quando vai acabar a mídia impressa? Quando as sujas páginas de jornais e as coloridas páginas de revistas deixariam de gerar atrativos para sua audiência?

Vamos a um histórico. Primeiro a mídia impressa teve que enfrentar a televisão. Que arrebatou o coração das massas e dinheiro dos anunciantes. As mídias impressas perderam força, se segmentaram, adaptaram-se a nova realidade e seguiram em frente.
Depois foi a vez de enfrentar a internet. Novo ataque nuclear na vida da mídia impressa, especialmente dos jornais. E as empresas jornalísticas continuam vivinhas.
Mais recentemente se escancarou a concorrência com a tecnologia. Será que a chegada do iPad, do e-reader, dos tablets em geral seria o fim do mundo? Cansei de ler colunistas raivosos dizendo que iam acabar com os livros.
Para desmentir todos aqueles que só vem as coisas negativas, a FIPE acaba de divulgar um estudo sobre o mercado editorial no Brasil. Houve um crescimento de 13% em exemplares de livros vendidos em 2010. Crescimento chinês.
Em faturamento o crescimento foi acima de 8%, chegando ao número de R$ 4,5 bilhões de reais. Boa parte desse crescimento tem a ver com a queda de preço dos livros no mercado, que chegou a quase 5%. Ou seja, há uma demanda primária ainda a ser alcançada. O potencial do brasileiro na poderia ler muito mais do que lê. E uma parte da explicação não tem a ver com a TV, nem com a internet, nem com os tablets. Trata-se de um problema social e de distribuição de renda.
A leitura via papel não é uma mídia em extinção. Embora tenda a seguir seu caminho de maior segmentação e necessitará cada vez mais estar operando em sistemas multiplataforma.