sexta-feira, 25 de setembro de 2015

O Supermercado sem embalagens da Alemanha: seria esse o fim do Branding?

Um fantástico desafio para os branders: como fazer branding num futuro onde as embalagens cada vez menos existirão?
É inevitável o surgimento - e posterior crescimento - de formatos de venda a granel. Na verdade, o retorno ao passado. Nas feiras livres isso era comum. Não acredito que essa opção venha a ser massiva, mas certamente terá uma boa fatia de mercado.
Como então será a identificação entre o produto e a Marca? Seria isso uma prova que esse tal de Branding também já estaria com os dias contados?
Claro que não! Pelo contrário isso é mais uma prova que criar Marca e fazer Branding são duas coisas distintas. Quer um dos exemplos mais geniais de Branding onde o produtor criou uma identificação em cima de uma commodity, agregou valor, sem embalagem e sem dizer a Marca? O melão de redinha!

*O supermercado em questão é o “Original Unverpackt”:
http://original-unverpackt.de/
Link compartilhado de de @monicafigueiredo

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Queda da Hypermarcas: típica confusão entre BranD e BranDING


HYPERMARCAS, um ótimo exemplo para entender que acreditar em Marcas e fazer Branding são duas coisas bem distintas.
Escrevi no Facebook, nos últimos anos, que o case Hypermarcas tinha mínimas chances de ser bem sucedido. Com base no fantástico case de sucesso que foi Arisco, sua primeira empresa, que revolucionou no seu tempo alguns conceitos empresariais, Júnior empreendeu seu novo negócio, que trazia no "naming" sua estratégia de conquista do mercado.
Em uma declaração para Nelson Blecher da Época Negócios, num momento de euforia da nova empresa, Júnior declarou: "O que a Procter & Gamble quer? Marca forte. O que a Unilever quer? Marca forte. De distribuição, nós entendemos. O importante é ter marcas fortes e gente boa para operar". Até o final de 2009, nada menos do que 27 empresas passaram para suas mãos, num total de mais de 170 marcas, estampadas em produtos de quatro áreas: medicamentos, cosméticos e higiene pessoal, limpeza e alimentos.
Hoje a empresa vive muitos problemas. E tem na área de Medicamentos sua maior força, especialmente pela compra da sólida Dorsay de Nelson Morizomo.
Mas afinal por que não deu certo se apostaram em Marcas e todo mundo hoje em dia diz que esse é o caminho certo?
Porque a empresa pensa da mesma maneira que os publicitários pensam sobre Marcas, de uma forma antiquada. Acreditam que comunicar Marcas gerando alto share of mind é o caminho, pensamento em voga na década de 90. Não entenderam que ter Marcas não é fazer Branding. Branding é um modelo de gestão da empresa, que trabalha suas Marcas dentro de um conceito de valor que é desenvolvido dentro da empresa e que comunica suas verdades ao consumidor e demais stakeholders. Não adianta imprimir o nome conhecido no rótulo. Isso é apenas uma pequena parte. É preciso criar sólidas relações com seu público.
Comprar Marcas (ou empresas) é fácil. Basta ter dinheiro. Mas isso está muito longe de significar o sucesso. Na Novíssima Economia que vivemos é preciso desenvolver com profundidade RELACIONAMENTO com seus clientes, com base em VERDADES que sejam de interesse mútuo. Quem tem 170 Marcas, quase todas adquiridas, sem ter o DNA dela desenvolvido pela empresa, é como se não tivesse nenhuma.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Comunicação Publicitária X Comunicação de Branding

Saí da propaganda em 2007, depois de 40 anos de profissão. Foi uma decisão planejada e acalentada desde que vendemos os 60% iniciais da Grottera. Mantenho muitos amigos na coletividade. Tenho um grande agradecimento por tudo que a profissão me ofereceu (embora eu tenha retribuído a ela, através de todas as associações de classe em que trabalhei sempre graciosamente. E foram muitas).
Entre as permanentes discussões que mantenho com os ex-colegas, a mais eufórica continua sendo o papel da Comunicação no Século 21. Publicitários continuam brigando comigo, dizendo que o seu dia a dia é fazer BRANDING. E eu os refuto, dizendo que o papel da publicidade não é esse. O que a publicidade PODE fazer é BRAND. A diferença entre Brand e Branding é tão grande quanto Market e Marketing. Mas sempre que o assunto entra numa mesa de bar, é batata que algum publicitário amigo reaja e saia dando porrada pra cima de mim.
Acho que o caso Seara X Sadia X Perdigão (se tem interesse, leia antes o resumo do M&M abaixo) é um ótimo exemplo, pois trata-se de uma típica guerra de comunicação PUBLICITÁRIA entre Marcas bem conhecidas.
Analisando a guerra pelos olhos da Publicidade, foi um sucesso. O resumo é o seguinte: Seara descobre que seu naming começa com S e termina com A, igual a Marca que é sinônimo de qualidade do segmento. A Sadia se defende apelando ao CONAR e perde! Óbvio. A propaganda da Seara é 100% legítima, não fala mal do concorrente. Para que a Sadia não tenha que sair a público falando contra seu oponente (e assim, entrar no jogo da Marca menos qualificada que ela), coloca sua Marca de combate, Perdigão, para bater na Seara. Do ponto de vista da Publicidade, tudo parece mais ou menos certo. Quase todos saem felizes, se achando ganhadores. Especialmente as agências e as mídias envolvidas no caso.
Como esse mesmo fato seria analisado se essas empresas usassem o "Branding como Modelo de Gestão"?
1o) A Seara jamais gastaria dinheiro para falar uma bobagem tão grande como as letras que iniciam ou terminam seu nome, afinal ISSO NÃO MUDA EM ABSOLUTAMENTE NADA SUA AVALIAÇÃO por parte dos consumidores, do trade, dos formadores de opinião. Trataria de ir buscar conceitos e critérios que viessem a fazer da Marca Seara algo desejável pelo consumidor não pelas letras S e A, mas por algum motivo que tenha relevância para seus consumidores, futuros fãs.
2o) A Sadia jamais trataria de se defender usando expedientes jurídicos, afinal até um poste sabe que isso é uma bobeira. De uma forma global, mas especialmente na nossa cultura latina, essa é uma reação de 'fracos'. Coisa que a Sadia definitivamente não é. A Sadia poderia reforçar sua mídia como forma de defesa, defendo seus pilares de sustentação, os mesmos que fizeram dela uma das Marcas mais importantes do país. No máximo poderia tirar um sarro da concorrente bobona que achou que duas letras iguais seria capazes de fazer alguém mudar sua paixão por algo que foi formado por décadas pela Sadia.
3o) Por último a Perdigão, que usou sua caríssima dupla de comunicadores e gastou dinheiro na mídia para ... não sei pra que. Pra mim é quase incompreensível. Quantos % dos compradores de presunto sabem que Perdigão poderia estar defendendo a Sadia, por serem ambos de uma única empresa? Quantos % entendem os 30" veiculados e percebem que existe ali uma cotovelada no zagueiro adversário: "evite surpresa e vá na certeza!".
Muito barulho por nada.




segunda-feira, 11 de agosto de 2014

O jovem Diretor de Marketing

Depois de uma apresentação de 2 horas para fazer mais uma empresa entender aquilo o que eu faço ("Branding como modelo de gestão da empresa"), o jovem Diretor de Marketing ainda se debatia freneticamente contra a lógica.

Até que o velho Presidente falou: "... pare de reagir às evidências. Marketing era quando a Empresa mexia na Marca. Branding é um progresso porque é a Marca que mexe com a Empresa".

Bingo.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

TripAdvisor elege o BEACH PARK como o 2° melhor Parque Aquático do mundo!

Isso foi alcançado em função do projeto de rebranding lançado em Setembro de 2013?

Claro que NÃO!
O Beach Park é um excelente 'produto' há muitos anos. Tem uma diretoria vibrante, comandada por um jovem presidente de primeira grandeza (Murilo Pascoal), tem um sistema de administração muito competente, colaboradores entusiasmados, uma equipe de marketing criativa e dedicada (sob a batuta de Clarisse Linhares), tem um profundo respeito pelos seus consumidores, não atropela seus fornecedores e mantém um permanente processo de reinvestimento no negócio, face a boa cabeça dos seus acionistas. É isso que faz esse destino turístico brasileiro ser tão especial e mais uma vez reconhecido pelo processo de seleção dificílimo dos usuários do TripAdvisor.

Claro que SIM! 
Um projeto de (re)Branding é um renascimento da empresa. É um momento de repensar, se aprimorar, renovar os estímulos, de refazer conceitos, de rever formas antigas de fazer ao coisas novas, de criar relacionamentos mais eficazes e produtivos com colaboradores e fornecedores estratégicos. Tudo isso gerou um Beach Park ainda mais bacana, mais moderno, mais bonito e, principalmente, com uma cultura empresarial moderna para criar relacionamentos definitivos com todos seus stakeholders nos próximos 10 anos desse Século XXI.
A equipe da Brandia Central de Lisboa e minha equipe hoje na Rosenberg Consultoria, têm muito orgulho do trabalho realizado para o Beach Park, um projeto de Branding padrão 1o Mundo. Foi um enorme prazer os quase 8 meses de trabalho. E continua sendo, afinal a gente se sente participante dessa fantástica história de sucesso do 2o melhor parque aquático do mundo.








quarta-feira, 2 de julho de 2014

INICIA OFICIALMENTE A ERA DA SUBSTITUIÇÃO DO MARKETING PELO BRANDING

Na década de 70 o marketing surgiu como uma atividade da área comercial das empresas. O Gerente de Publicidade virou Gerente de Marketing. Na década de 80 chegou a independência e aí tínhamos um Diretor de Vendas e um Diretor de Marketing. Na década de 90 começaram a surgir as hierarquias onde o Vice-Presidente de Marketing incluía a área de Vendas. Uma reviravolta completa, traduzindo a ideia que VENDER deixou de ser tirar pedido e distribuir mercadorias e passou a ser um sofisticado processo de sedução ao consumidor, criado por um conjunto de atividades de comunicação.

Esse ciclo se esgotou ano início dos anos 2000. Especialmente na Europa e nos EUA, a percepção de que o consumo pela sedução seria cada vez mais rejeitado pela população, mais preocupada com hábitos sadios de preservação do planeta e da troca de importância do TER para o SER, começa a ganhar relevância um outro método de VENDER, que entende que a simples sedução de um criativo filme de publicidade deve ser trocado por um relacionamento de franqueza, honestidade, respeito e dedicação entre o Consumidor e a Marca. É a técnica do Branding que nascia. O Brasil está pelo menos 10 anos atrasado nesse assunto. Aqui com o modelo de negócios da mídia, associado com a força das agências de publicidade, ainda se acredita que "a propaganda é a alma do negócio" (ditado não existente em nenhum outro país do mundo).

A decisão da P&G (Procter & Gamble, o maior anunciante do mundo) de eliminar a velha estrutura de Marketing para dar início a uma estrutura organizacional que se baseia no Branding, é a prova definitiva do caminho sem volta do processo de mudança das atividades de comercialização das empresas.

E isso é apenas o início. O processo só vai se encerrar quando, numa próxima fase, as empresas adotarem o "BRANDING como modelo de gestão das empresas". Traduzindo: o dia que o Presidente da empresa entender que seu real papel dentro da organização não será o de ter ideias de o que fazer, mas sim o de comandar toda sua estrutura (da produção a comercialização) para fazer aquilo que a Marca ordena que seja feito para se alcançar o sucesso.


É esse o meu trabalho na ROSENBERG. Tirar as empresas brasileiras do pensamento antiquado e introduzi-las no Século XXI.



terça-feira, 20 de maio de 2014

Lançamento da nova Lorenge

 A partir de março de 2013, tive o prazer de dirigir o projeto da ROSENBERG INTEGRAÇÃO ESTRATÉGICA, trabalho realizado em parceria com a BRANDIA CENTRAL, que reforçaria o mindset e a postura da empresa líder do mercado imobiliário capixaba - a Lorenge, uma das 20 maiores empresas da construção civil no Brasil.


Empresa que teve visão para investir e enfrentar os desafios de um projeto de planejamento, estratégia e implementação da cultura do Novo Branding - ainda que ocupando uma posição de prestígio no setor.

“Despontamos após este período de transformações com uma nova alma. O que fizemos foi muito mais do que rever processos e imagens, implantamos uma revolução na forma de relacionamento com nossos diversos públicos.” José Elcio Lorenzon – presidente da Lorenge.

Nas palavras de Lorenzon, a mudança operada na empresa foi radical. Mesmo em um cenário otimista e confortável, a Lorenge decidiu pensar além de seu alto desempenho atual no mercado e de sua história de sucesso, para pensar no futuro. Um futuro onde reina a Novíssima Economia, iniciada nos anos 2000. Onde a sociedade deixa de ser receptora de conteúdo e informação e passa a se expressar, criar e opinar sobre os mais variados assuntos. O acesso passa a ser livre, e o espaço cada vez mais democrático. O espírito inovador da Diretoria Executiva e o apoio dos acionistas fizeram com que a Lorenge pudesse se reestruturar para atender à sociedade de consumo tecnológica, onde o consumidor é o protagonista, para assim, garantir sua liderança de mercado por mais meio século.

A corrida para reinventar-se começou. O trabalho junto à Rosenberg incluiu analisar a fundo a história da empresa, descobrir quem era na essência a Lorenge – seus valores, seu caráter, sua personalidade. A partir disso, seria possível construir os pilares da marca com ética e veracidade, alinhados ao perfil dos comandantes da empresa.

A Lorenge entendeu que o motor de seus projetos vinha da atenção e dedicação que sempre colocou no relacionamento com seus clientes. Buscava planejar espaços para que eles pudessem se sentir bem, o que fazia com real determinação. Aí estava o ponto chave para o rebranding: a Lorenge não está apenas vendendo, mas construindo mundos mágicos que conectam pessoas e as trazem bem-estar. Ela deveria apresentar aos seus públicos essa verdade interior.

A marca, portanto, deveria refletir essa cultura da empresa. A nova identidade visual da Lorenge foi criada pela Consultoria de Branding BRANDIA CENTRAL, uma das 10 maiores da Europa. Todo o design da marca foi desenvolvido com o intuito de representá-la e identificá-la ao menos pelos próximos 10 anos, frente à colaboradores, clientes, parceiros e fornecedores. O cinza e o vermelho representam a Lorenge que é comprometida em atender seus clientes a partir de novos e diferenciados modelos de relacionamento perene.



“Ao desenhar a construtora dos nossos sonhos, desejávamos uma empresa ainda mais humana, mais jovem e calorosa. E depois de muito estudar e pesquisar, concluímos que a palavra Conexão seria a chave para o enigma.” José Elcio Lorenzon – presidente da Lorenge.

A Lorenge colocou como meta tornar sua performance sustentável ao longo do tempo. Para isso foi necessário compreender as novas relações entre empresas e mercado, e desenvolver um conceito que refletisse essa realidade – as Conexões Lorenge. Dentro disso, a Lorenge se instituiu como uma empresa que faz a conexão entre o imóvel de qualidade e a satisfação de cada um dos seus clientes. Ela não só sustentou o conceito em seu discurso, como implementou ações que maximizam os benefícios ao cliente e minimizam o tempo para a resolução de questões ligadas à compra do imóvel. Confira algumas abaixo:


Conexão Personal Lorenge: cada cliente Lorenge terá um profissional, chamado de personal, que irá atendê-lo sobre qualquer assunto relacionado à Lorenge.

Conexão Portal do Cliente: os clientes terão uma página exclusiva e com acesso seguro e restrito. Nela, será possível obter informações sobre o seu imóvel, documentação, situação financeira, histórico e as conexões possíveis com o seu Personal Lorenge.

Conexão Boa Vizinhança: nos novos empreendimentos, vamos nos conectar previamente com a vizinhança. Além de abrir canais de comunicação, a Lorenge visa estudar e identificar oportunidades para contribuir com a região, como a instalação de um espaço para coleta seletiva ou uma praça de convivência, por exemplo.

Conexão Olho Mágico: dentro do Portal do Cliente, a conexão Olho mágico proporcionará o acompanhamento da obra, através de fotos mensais e nos novos empreendimentos através de câmeras 24 horas.

Com a competência de sempre, a Lorenge irá expandir o conceito de conexões a cada observação dos movimentos do mercado e das tendências da Era Digital, e provar através dessa experiência que é possível atender seus clientes de forma franca, personalizada e construir uma marca de sucesso, que sustentará a empresa durante muitos anos. Mais uma vez é revelado a mim o poder transformador do Branding sobre a gestão das empresas.

PS: Registro o meu mais sincero agradecimento e reconhecimento aos Acionistas e a Diretoria Executiva da LORENGE, que abriram corações e mentes para que o espírito da mudança se implantasse na empresa. Mais em particular, agradeço ao Samir Ginaid, Diretor Comercial e Lynette Feu Freitas, Gerente de Marketing. Sem eles não haveria um rebranding dessas dimensões.

Conheça o projeto e a nova identidade visual em http://www.lorenge.com.br/seumundo/

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

O Branding da Copa do Mundo

O Brasil é um país campeão em perder boas oportunidades. A Copa do Mundo de 2014 parece que vai ser mais uma delas.

Qual o interesse de fazer um mega evento global no país? Ganhar o campeonato? Não. Ganhar dinheiro com os turistas que vem ao Brasil ver a Copa? Bobagem, já provei e postei no meu blog que a receita adicional de turismo durante a Copa é muito pequeno, representando um aumento inferior a 10% daquilo que o país arrecada anualmente sem a Copa. Melhorar a infraestrutura do país? Absurdo total, pois quem investe é o próprio país e com certeza nossa prioridade como nação não é exatamente aquela que a FIFA exige.

Então qual a vantagem? São duas: 1a) é uma espetacular ferramenta de Place Branding, gerando um imagem GLOBAL de um país moderno, progressista, em desenvolvimento, com harmonia social, com governos competentes, com empresas sadias e com expectativa de crescimento. Portanto, a imagem que vai ser transmitida para o exterior é fundamental. Isso é obtido com o conjunto de ícones que são criados em torno do evento, trabalho típico de Design. Nesse quesito a Copa foi um fracasso. A marca do Chico Xavier, o mascote Fuleco, o slogan “Juntos num só ritmo” e nome da bola “Brazuca” formam um conjunto de comunicação de dar pena. Ou raiva. É o samba do “crioulo doido”. A 2a vantagem tem a ver com aspectos motivacionais do público interno, a população e a cidadania do país tem num evento nesse tipo um estímulo e um incentivador, que acabam impactando a economia como um todo.

Entendo que a maioria da sociedade brasileira não está apaixonada com a Copa no Brasil. Uma parte mais exaltada (e equivocada) está se manifestando clara e violentamente. Uma grande maioria silenciosa que não quer a violência, mas que não consegue se envolver, afinal sabemos que a grana está correndo solta, que é mais fonte de corrupção e que preferia aplicar a dinheirama em outras prioridades.

Se isso for verdade, a Copa do Mundo será um fracasso para o Brasil. Me pergunto se todos as empresas que patrocinaram o evento, ainda continuam convictos que fizeram bons negócios. Me pergunto quantas empresas não estariam receosas ou sem tesão nesse momento de criarem e investirem em campanhas e promoções ligadas ao torneio.

Sinceramente, gostaria de estar errado e que o otimismo do Nizan certo. Mas não estou vendo grandes chances de isso ocorrer.




segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Palestra: Branding & Restaurantes



Na terça-feira passada, tive o prazer de ser convidado a palestrar em um evento da Associação dos Profissionais de Cozinha, junto ao lançamento dos novos produtos da linha Chef da Nestlé. O tema da palestra foi Branding & Restaurantes. Meu intuito foi expor a importância do Branding como instrumento holístico de administração de um negócio, e, no caso, do negócio de restaurantes.

Cada restaurante é uma Marca, e esta Marca deve levar em conta o que todos os públicos com quem interage estão percebendo, pensando e opinando sobre ela. A Marca define um posicionamento e uma promessa e, a partir disso, seus públicos criarão uma relação sólida de confiança com esta Marca. Caso haja o cuidado de que confiança não seja quebrada, a empresa que atuar através do Branding apresenta uma grande chance de estar à frente de seus concorrentes no mercado.

Desde que me tornei um “brander” acredito que um dos segmentos de mercado que mais precisam do Branding são os restaurantes. Isso por que, a cada dia novos restaurantes são abertos e a qualidade de seus serviços está se sofisticando cada vez mais. Dessa forma, como diferenciar o seu restaurante e ganhar vantagem competitiva? Para isso é necessário pensar além da boa comida, e considerar que o serviço dos restaurantes é uma EXPERIÊNCIA; se atentar aos outros aspectos relevantes para esta experiência acontecer, como a localização, o estacionamento, o atendimento, o ambiente, a iluminação; e desenvolver seu negócio através de uma Big Idea – o ponto central e conceitual que une todas as idéias para o restaurante – de  um storytelling eficaz e de uma missão, visão e proposição de valores para a marca.

Abaixo confira alguns cases interessantes de Restaurant Branding que foram apresentados na palestra:


O.NOIR 

O primeiro restaurante do Canadá que convida os consumidores a ter a experiência de comer, beber e conversar NO ESCURO!
É uma experiência sensual como nenhuma outra. Quando você come sem a sua visão, os sentidos restantes são intensificados para sentir o cheiro e o sabor dos alimentos.
Além de incendiar a imaginação e estimular os sentidos no O.Noir os clientes obtêm uma melhor compreensão de como é ser cego, assim como toda a equipe de funcionários do restaurante.
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CONFLICT KITCHEN

Cada interação com a Conflict Kitchen é acompanhada por eventos, performances e discussões que visam ampliar o envolvimento que o público tem com a cultura, política e questões em jogo dentro do país foco.
O restaurante troca de identidade de tempos em tempos de acordo com eventos geopolíticos atuais.

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DINNER IN THE SKY

O conceito de jantar mais exclusivo do mundo, realizando algumas das melhores refeições privadas, coquetéis, lançamentos de produtos, e recepções de casamento.
Dinner in the Sky pode ser utilizada como uma poderosa ferramenta de negócios para sediar eventos exclusivos, como eventos corporativos, reuniões confidenciais, road shows produtos ou até programas de rádio e televisão.

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CHEESE BAR

O Cheese Bar fica em Madrid e tem como missão difundir todos os aspectos em torno da cultura do queijo.
O espaço abriga uma adega com queijos e vinhos, dois bares, duas salas para degustação com diferentes estilos de consumo. Há também uma biblioteca com volumes sobre o mundo dos queijos e da gastronomia, e nela ocorrem eventos como degustações, palestras, apresentações e conferências.

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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Rebranding do Beach Park


O Beach Park, empreendimento bem sucedido que está entre os 20 maiores parques aquáticos do mundo, se apresentou a mim já ciente de seu potencial de crescimento no mercado. Uma empresa que conhece seu valor, deseja e busca constantes melhorias e, como pude descobrir após este trabalho de sucesso, a quem as mudanças não afugentam. Murilo Pascoal, sócio diretor da empresa, procurou a mim, minha equipe no Brasil e o time da Brandia Central em Lisboa para desfrutarmos dessa oportunidade de desenvolvimento do negócio.

O projeto começou com a percepção de uma inconsistência na marca. Não havia um critério para a construção da arquitetura de marca; os variados produtos, serviços do Beach Park estavam desconexos, e a força de cada um destes pontos de contato não estava sendo explorada ao máximo. Os personagens, vindos de um universo infantil, não possuíam histórias que os ligassem entre si e, principalmente ao parque; assim o uso da Dona Foca, simplesmente o principal elemento da marca, nos alertou para a necessidade de aplicar o Branding para promover uma transformação.


Não só foi percebida a necessidade de uma nova identidade visual, como foi repensado o modelo de negócios por nós e pelo cliente. O Beach Park possui uma diversidade de atrações – resorts, restaurantes, agência de viagens, o próprio parque - que precisava permitir a potencialização da experiência do consumidor. O intuito do projeto era de evolução, e isso resultou na implementação de um novo posicionamento que ampliaria a oferta de um "parque aquático com serviços de hotelaria e restaurantes no entorno" para um "complexo turístico completo que tem um parque aquático como âncora". Veja o hotsite de lançamento da 1a fase do trabalho: www.beachpark.com.br/novamarca

Este posicionamento diferenciador nos levou ao Rebranding do Beach Park - 2 anos de muito trabalho. Foi definida uma personalidade para a marca, com o desenvolvimento de um patrimônio simbólico e emocional de valor para a mesma. O novo conceito visual traçado envolve atributos como diversão, emoção, fantasia, evasão e partilha. E o novo logo traduz “Alegria”, principal atributo intangível da marca, através de elementos do parque – tubos, elemento humano e água.


Foi também parte essencial do projeto a construção de uma nova arquitetura de marca, compreendendo todas suas submarcas, e desenvolvidas novas identidades visuais. O Beach Park Resort passa a ser a identidade representativa do destino, se relacionando com todas as diferentes marcas de forma harmoniosa.

Antiga Arquitetura de Marca

Nova Arquitetura de Marca


Dois anos de trabalho resultaram em um projeto de Branding que responde com sucesso aos objetivos de business do Beach Park. Foi desenvolvida uma marca única, de força, que será adotada em todo universo de públicos da empresa. Um marco em minha carreira e mais uma prova de que o Branding visa além de uma reforma visual de marcas, a conquista de uma identidade, uma personalidade que conversa com o consumidor, que promove experiência, que cria uma cultura. Agradeço a oportunidade de participar de um projeto de tamanho porte e excelência. Que venham os próximos!