domingo, 25 de outubro de 2009

Comentando o comentário do Flávio Ferrari

Flávio (@flavio_ferrari) é um profissional de duas gerações mais novas que a minha. Desde os primeiros contatos que tive com ele, sabia que seria um talentoso líder do setor. E aconteceu.

Abaixo uma interessante contestação dele à postagem sobre o futuro da mídia, baseado numa palestra de Jeffrey Cole em São Paulo. Vale a pena acompanhar:

"Venho participando de vários congressos onde o tema é discutido sob as mais diversas óticas e intenções. Para explicar a opinião que formei à respeito, o espaço do blog é pequeno. Mas dá para comentar as conclusões do rapaz:
1) Não se trata apenas de um remanejamento de forças ... o conceito do que é uma mídia e as fronteiras entre elas irão mudar;
2) Os jornais impressos não vão sumir em 10 anos. Ao contrário, a circulação total deve aumentar no mundo (talvez diminua nos EUA). Mas serão diferentes dos jornais de hoje. A RBS tem um bom case à respeito.
3) Num conceito ampliado de gestão de conteúdo, concordo. Esse é o serviço que os editores oferecem.
4) Ainda tentamos sustentar o velhos modelos de negócios. Isso muda nos próximos 10 anos.
"

Claro que o espaço do blog é pequeno, mas vamos em ritmo de twitter.
Minhas posições: As fronteiras das mídias já estão mudando. A internet é a principal razão dessas mudanças. Como ferramenta organizacional e como plataforma de comunicação ela é definitiva. A web é a ponte que estamos ultrapassando no destino da revolução digital que a sociedade humana está vivendo.

Sinceramente acho que a questão dos jornais de papel não é uma questão relevante nesse debate. Trata-se de uma questão de distribuição. De qq maneira: papel, impresso, distribuido porta-a-porta ou em anacrônicas bancas, vai ter baixa relevância no futuro.

O que acho muito valioso é a colocação sobre "sustentar os velhos modelos de negócios". Esse talvez seja o grande ponto. A indústria da mídia ficou pasma diante da internet e não reagiu. Os que reagiram, o fizeram no sentido de enfrenta-la. Grande erro estratégico. Depois de 10 anos de web, só nos 2 últimos os grandes grupos passaram a pensar na nova estrutura do seu negócio pós-revolução digital. Mas as coisas começaram a caminhar positivamente.

Os 2 ou 3 players que Cole indica que o Brasil terá no mundo global da mídia devem ser definidos exatamente pela competência em se adaptar a esse novo cenário. Atenção nessa mesa de poquer, as cartas vão ser redistribuidas. O cacife que tem na mão é importante, mas a capacidade de jogar o novo jogo é que vai ser definitivo.

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